Política
Publicado em 18/08/2025, às 10h03 Foto: Reprodução/Freepik Fernanda Montanha
A relação comercial entre Brasil e Estados Unidos entrou em turbulência em 2025. Em 2 de abril, os EUA aplicaram tarifa de 10% sobre produtos brasileiros. Pouco mais de dois meses depois, em 9 de julho, o percentual subiu para 50%, entrando em vigor em 6 de agosto.
O impacto foi imediato. Setores estratégicos da economia brasileira — como carne, café, têxteis, calçados, frutas e eletrônicos — tiveram suas exportações inviabilizadas. Estimativas do J.P. Morgan indicam que o PIB brasileiro pode sofrer retração de até 1,2% devido à taxação elevada.
Com a barreira tarifária, os produtores de carne bovina brasileiros perderam acesso aos Estados Unidos, seu segundo maior mercado. Em 2024, o Brasil enviou 229 mil toneladas para os EUA, 60% voltadas à produção de hambúrguer. Para 2025, a expectativa era de 400 mil toneladas. Após o aumento da tarifa, os preços nos EUA dispararam, chegando a US$ 69 a carne bovina para consumidores locais, segundo o Click Petróleo e Gás.
Apesar do revés, o Brasil encontrou alternativa para parte da produção. As Filipinas abriram mercado para carne bovina com osso e miúdos, representando nova oportunidade para exportadores.
O acordo foi oficializado pelo Ministério da Agricultura (Mapa) e comemorado pela Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec). Julio Ramos, diretor de Assuntos Estratégicos da entidade, liderou as negociações com apoio da embaixada brasileira em Manila e da Adidância Agrícola.
As Filipinas são hoje o sexto maior comprador de carne bovina brasileira e o segundo no Sudeste Asiático. Atualmente, o país importa cerca de 40% da carne consumida da produção brasileira, e a ampliação do mercado permitirá cortes de maior valor agregado e miúdos.
A confirmação do acordo ocorreu durante o Brazilian Beef Dinner, evento que reuniu 200 convidados e 20 empresas associadas. A Abiec também marcou presença na WOFEX, principal feira de alimentos e bebidas do país, reforçando a imagem da carne brasileira junto a importadores e autoridades locais.
Para reduzir os efeitos da medida americana, o governo brasileiro lançou o pacote “Soberania-Brasil”, oferecendo R$ 30 bilhões em linhas de crédito e R$ 4,5 bilhões em apoio a pequenas empresas. Desonerações fiscais e compras públicas estratégicas visam proteger produtores e empregos.
Nos EUA, os consumidores sentem a pressão no bolso. O aumento de 50% nas tarifas eleva custos de produtos básicos, impactando inflação e consumo interno.
Enquanto isso, a China sai fortalecida. Exportações brasileiras de soja, café, carne e outros produtos redirecionadas ao mercado chinês ampliam a dependência do gigante asiático. No café, por exemplo, parte das 8 milhões de sacas anuais que antes iam para os EUA agora deve abastecer a China, onde o consumo cresce cerca de 20% ao ano.
Conclusão: a tarifa americana enfraquece a competitividade brasileira e americana, mas reforça o papel da China no comércio global.
Noivado de Belly e Jeremiah tem desfecho surpreendente em "O Verão Que Mudou Minha Vida"
Nova Fiat Toro 2026 traz novidades pedidas pelos clientes e frente renovada