Política

Influenciadora Laura Sabino sobrevive a tentativa de assassinato e sofre ataques na web; entenda

Influenciadora de esquerda foi alvo de fake news e perseguições políticas antes do episódio e passou anos recebendo ameaças ignoradas pelo Estado  |  Foto: Reprodução/Instagram/@mylaura_m

Publicado em 12/06/2025, às 13h18   Foto: Reprodução/Instagram/@mylaura_m   Marcela Guimarães

Na manhã do último dia 14 de março, a influenciadora Laura Sabino, de 25 anos, sofreu uma tentativa de feminicídio em sua casa, localizada em Belo Horizonte (MG).

Ela estava estudando em seu quarto quando ouviu um barulho vindo da sala e achou que fosse seu gato. Quando levantou a cabeça e olhou pela fresta da porta, viu o irmão prestes a atacá-la.

Nos 20 minutos seguintes, Laura foi atingida com pelo menos nove facadas. Os golpes perfuraram seu abdômen, ombros e braços.

Durante o ataque, entre desmaios e tentativas de defesa, sentiu um líquido gelado escorrendo pela perna e um cheiro forte. Ali, percebeu que o irmão havia jogado álcool em gel sobre seu corpo e tentava queimá-la viva.

O agressor foi preso em flagrante. A prisão foi posteriormente convertida em preventiva. Ele permanece detido em Belo Horizonte e espera seu julgamento.

Divulgação do caso

Segundo Laura, o ataque não foi um caso isolado de violência doméstica, mas algo que veio após um longo histórico de ameaças. Por seu conteúdo político, a influenciadora já vinha sendo perseguida por misoginia.

Com quase um milhão de seguidores nas redes sociais, Laura é conhecida por ser comunicadora da esquerda desde 2019.

Dois dias antes do ataque, Sabino foi alvo de uma fake news publicada por um influenciador de direita. Sem provas, o post a associava ao uso de drogas e a maus-tratos a funcionários de um prédio onde ela nunca morou.

Mesmo após negar as acusações e anunciar medidas judiciais, o boato se espalhou e, nas próximas 48 horas, ela foi atacada com diversas mensagens de ódio. Durante o ataque, o irmão teria feito referências à notícia falsa, o que reforça, para ela, uma possível relação entre os dois episódios.

Laura já havia registrado três boletins de ocorrência relatando ameaças anteriores, mas sem retorno. Com medo de que os ataques ultrapassassem o ambiente virtual, decidiu sair de casa e passou a morar com parentes e amigos.

Nesse período, as atitudes do irmão também pioraram, passando a constrangê-la e ameaçá-la pessoalmente. Em 10 de março, cinco dias antes do crime, Laura conseguiu uma medida protetiva com base na Lei Maria da Penha, mas o criminoso só foi notificado pela Justiça depois do ataque.

Tentando prezar pela própria segurança, Laura escondeu objetos cortantes da casa, deixou de participar de eventos públicos, diminuiu sua participação no cursinho comunitário onde trabalhava e restringiu sua presença nas redes sociais.

No dia da tentativa de feminicídio, ela ainda havia comprado um bolo para receber o pai, que voltava de um pós-doutorado em Portugal. Atualmente, os dois tentam retomar a rotina e lidar com as consequências emocionais do caso.

Classificação Indicativa: Livre


Tags Política crime feminicídio violência Esquerda

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