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Setembro Amarelo em SP: alta nas internações expõe crise da saúde mental

Dados apurados nos últimos anos alertam para a importância deste Setembro Amarelo, campanha focada na prevenção do suicídio  |  Foto: Freepik

Publicado em 13/09/2025, às 09h00   Foto: Freepik   Marcela Guimarães

Em 2024, o estado de São Paulo registrou 4.429 internações por lesões autoprovocadas, categoria que inclui tentativas de suicídio.

O número, divulgado pelo Departamento de Informação e Informática do SUS (DataSUS), é o maior já visto desde o início da contagem.

Jovens entre 20 e 29 anos lideram os casos com 1.287 internações apenas no último ano.

O alerta ganha ainda mais importância durante este Setembro Amarelo, campanha focada na prevenção do suicídio.

Aumento nos últimos anos

Comparado a 2008, quando os registros começaram a ser feitos, o crescimento chega a 97,3%. Os dados de 2025 mostram um cenário ainda mais delicado; entre janeiro e junho, a média foi de 12,7 casos por dia.

Por mais que fatores como redes sociais, imediatismo e pressão por desempenho sejam muito associados aos mais jovens, os números também aumentaram entre pessoas de 70 a 79 anos, provando que a questão afeta todas as faixas etárias.

Apoio e prevenção

Desde 1962, São Paulo conta com o Centro de Valorização da Vida (CVV), serviço gratuito de apoio à saúde mental e prevenção ao suicídio.

Em 2024, ano em que o estado alcançou o recorde histórico, 2,7 milhões de atendimentos foram realizados em todo o país. A apuração foi feita pelo Metrópoles.

Especialistas também alertam para a chamada Geração Z (nascidos entre 1997 e 2012). O grupo é mais consciente e busca ajuda com uma frequência maior, mas enfrenta mais problemas emocionais em comparação às gerações anteriores.

Setembro Amarelo (Foto: Freepik)

SUS e saúde mental

Em nota oficial, a Secretaria de Estado da Saúde destacou que o primeiro acesso ao atendimento no SUS ocorre pela Atenção Básica, através da Rede de Atenção Psicossocial (Raps) e das Unidades Básicas de Saúde (UBS).

Também foi informado que a gestão estadual criou a Tabela SUS Paulista, pensada para aumentar o número de atendimentos e diminuir filas. Segundo o governo, mais de R$ 6,7 bilhões já foram encaminhados para 800 instituições.

Ainda de acordo com a secretaria, houve um crescimento de 12% nos tratamentos clínicos em saúde mental em 2024 em relação ao ano de 2022.

A rede pública oferece acompanhamento desde as UBS até os Centros de Atenção Psicossocial (Caps), além de encaminhamentos para hospitais gerais ou unidades de alta complexidade.

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