Política

Veja como foi ato contra Trump na 25 de março

Cerca de cem pessoas se reuniram na manhã desta sexta-feira (18) na região da Rua 25 de Março, em São Paulo, em um protesto contra as investigações conduzidas pelos Estados Unidos e pela Polícia Federal. O ato, organizado pelo Sindicato dos Comerciários, teve como alvos Donald Trump e o ex-presidente Jair Bolsonaro.  |  Reprodução/ Hora do Povo

Publicado em 18/07/2025, às 11h52   Reprodução/ Hora do Povo   Gabriela Teodoro Cruz

Cerca de cem pessoas se reuniram na manhã desta sexta-feira (18) em uma travessa da Rua 25 de Março, no centro de São Paulo, para protestar contra uma investigação anunciada pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que aponta a região como um dos principais polos de venda de produtos falsificados no mundo.

A manifestação ocorre poucas horas após uma operação da Polícia Federal, que teve o ex-presidente Jair Bolsonaro como um dos alvos, acirrando os ânimos políticos e reabrindo o debate sobre soberania e comércio informal.

Como foi o protesto?

Organizado pelo Sindicato dos Comerciários de São Paulo, o ato foi realizado sob o Viaduto Augusto Ferreira Veloso, um ponto estratégico no entorno da 25 de Março  considerada o maior centro de comércio popular da América Latina. Os manifestantes empunhavam bandeiras do Brasil, de partidos políticos e de entidades sindicais, além de faixas com críticas contundentes a Trump e Bolsonaro. Alguns participantes vestiam fantasias satíricas em alusão à operação da PF, como forma de protesto visual.

O pano de fundo da manifestação é a recente tensão diplomática entre Brasil e Estados Unidos. Ao anunciar a investigação sobre produtos comercializados na 25 de Março, Trump — que voltou ao cenário político americano com um discurso de tolerância zero contra pirataria e concorrência desleal — reacendeu críticas sobre o tratamento dado ao comércio popular brasileiro. O governo dos EUA argumenta que a região representa um risco global por fomentar a venda de mercadorias sem procedência, incluindo eletrônicos, roupas e brinquedos.

Para os organizadores do ato, essa ofensiva estrangeira representa uma tentativa de criminalizar trabalhadores informais e pequenos lojistas que movimentam a economia local. A 25 de Março abriga centenas de estabelecimentos, gera milhares de empregos diretos e indiretos e é símbolo da informalidade que marca parte significativa do setor comercial brasileiro.

Além da crítica aos EUA, o protesto também direcionou mensagens ao ex-presidente Jair Bolsonaro, que se tornou alvo da Polícia Federal em uma nova fase da investigação sobre supostos vínculos com redes de contrabando e lavagem de dinheiro envolvendo grandes centros comerciais do país.

Segundo os organizadores, o ex-mandatário teria contribuído, durante seu governo, para enfraquecer a fiscalização sobre o comércio de rua ao mesmo tempo em que protegia interesses de grupos aliados.

Apesar da participação ativa de sindicalistas e trabalhadores da região, a União dos Lojistas da 25 de Março (Univinco) decidiu não apoiar o ato. Em nota, a entidade afirmou que manifestações públicas não são a melhor forma de lidar com a crescente pressão internacional e que está buscando diálogo institucional para proteger os interesses dos comerciantes formais da região.

Até o momento, o protesto ocorre de forma pacífica, com presença discreta da Polícia Militar. A única alteração no trânsito foi o bloqueio de uma faixa da Rua Carlos de Sousa Nazaré, nas imediações do viaduto.

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