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“Arca de Noé” volta à Terra com mais de 1,5 mil moscas e 75 camundongos

Reprodução/ Ivan Timoshenko/Roscosmos
A cápsula Bion-M nº 2 passou 30 dias em órbita e trouxe animais, sementes e microrganismos para pesquisas biológicas da Rússia  |   BNews SP - Divulgação Reprodução/ Ivan Timoshenko/Roscosmos
Caroline Leal

por Caroline Leal

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Publicado em 24/09/2025, às 16h27



Uma missão espacial biológica da Rússia, foi nomeada de “Arca de Noé”, voltou à Terra na última sexta-feira (19), após um mês em órbita de acordo com o Olhar Digital.

O módulo de descida Bion-M nº 2 pousou nas estepes da região de Orenburgo levando a bordo uma coleção de espécimes vivos: 75 camundongos, mais de 1,5 mil moscas, culturas celulares, microrganismos, sementes de plantas e outros materiais.

Lançamento e órbita

A cápsula havia sido lançada em 20 de agosto a partir do cosmódromo de Baikonur, no Cazaquistão, com um foguete Soyuz-2.1b.

Em órbita polar, entre 370 e 380 km de altitude, os organismos foram expostos a altos níveis de radiação cósmica e às condições extremas do espaço.

Recuperação e primeiros exames

As imagens do local de pouso indicam que a descida provocou um pequeno foco de incêndio, que foi rapidamente controlado.

Três helicópteros de resgate chegaram à área para retirar os animais e iniciar os exames preliminares. Uma das primeiras análises foi a avaliação da atividade motora das moscas, para verificar possíveis danos ao sistema nervoso.

Segundo o Instituto de Problemas Biomédicos (IBMP), os estudos iniciais ocorreram em uma tenda médica montada no local. Os espécimes foram encaminhados a Moscou ainda na madrugada de 20 de setembro.

Objetivos da missão

O projeto foi coordenado pela Roscosmos, a Academia Russa de Ciências e o IBMP, envolvendo dez áreas de pesquisa. Entre elas são:

• a fisiologia gravitacional em animais, com foco em tecnologias para sustento da vida em missões espaciais;

• os efeitos do espaço em plantas, microrganismos e comunidades biológicas;

• os experimentos radiobiológicos e dosimétricos voltados para segurança contra radiação;

• os testes biotecnológicos, físicos e técnicos;

• os experimentos elaborados por estudantes da Rússia e da Bielorrússia.

Vida além da Terra?

Um dos destaques foi o experimento Meteorite, que investigou a hipótese da panspermia, a possibilidade de que a vida na Terra tenha vindo do espaço.

Para isso, rochas basálticas contendo microrganismos foram fixadas ao casco da cápsula para avaliar se resistiriam ao calor da reentrada atmosférica.

Vídeos divulgados pelo IBMP mostraram os camundongos em atividade durante a missão, ilustrando a rotina a bordo da chamada “Arca de Noé” russa, que agora alimenta novas pesquisas sobre a sobrevivência da vida no espaço.

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