Autor de “Diário de Tremembé” revela como entrevistou presos famosos em cela superlotada

Com o sucesso da série “Tremembé”, o livro Diário de Tremembé – O Presídio dos Famosos, de Acir Filló, voltou a ser assunto.

Mesmo proibida pela Justiça, a obra continua despertando curiosidade por revelar os bastidores da prisão que abrigou criminosos famosos, como Suzane von Richthofen, Alexandre Nardoni e Elize Matsunaga.

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Em entrevista ao Metrópoles, Acir Filló, ex-prefeito de Ferraz e jornalista, contou como conseguiu os relatos diretos dos presos, apesar das restrições impostas pela rotina carcerária.

 “O processo foi extremamente desafiador. Eu estava em uma cela de 10 metros quadrados, sem internet, máquina de escrever, computador ou ventilador. Era apenas papel, caneta e saliva para entrevistar as pessoas”, relatou.

Como ele conquistou a confiança dos detentos

Para se aproximar dos presos mais conhecidos, Filló usou estratégia e criatividade. Uma das iniciativas foi criar um curso de oratória dentro da prisão, que acabou atraindo cerca de 180 alunos, entre eles, nomes como Guilherme Longo, Mizael Bispo e Cristian Cravinhos.

Além disso, o autor participou de atividades culturais, como o grupo de teatro coordenado por Gil Rugai, e recorreu a medidas inusitadas para conseguir entrevistas.

“Simulei uma dor terrível nas costas para ir à enfermaria. Tomei uma injeção de benzetacil, saí com dor nas nádegas, mas também com uma entrevista debaixo do braço”, brincou o jornalista.

Um retrato de dentro de Tremembé

A convivência direta com os detentos foi decisiva para conquistar a confiança necessária e reunir depoimentos inéditos. “Foi um desafio enorme, mas conseguimos graças à colaboração de todos os presos famosos. Eu escrevi o livro junto com eles”, explicou Filló.

O livro, hoje fora de circulação por decisão judicial, oferece uma visão única da vida no presídio de segurança máxima de Tremembé, em São Paulo, o mesmo que inspirou a série da Prime Video.

Com o novo interesse do público pelo tema, cresce também o debate sobre liberdade de expressão, ética jornalística e o limite entre ficção e realidade ao contar histórias reais de crimes que chocaram o país. Assista ao trailer: