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Do que é feita a ‘Maria Louca’? Veja como presos produzem a cachaça caseira de Tremembé

Foto: divulgação/Prime Video
A curiosidade sobre a bebida clandestina cresceu. Feita com frutas fermentadas, a “Maria Louca” é símbolo de criatividade nos presídios brasileiros.  |   BNews SP - Divulgação Foto: divulgação/Prime Video
Ana Caroline Alves

por Ana Caroline Alves

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Publicado em 07/11/2025, às 13h34



O lançamento da série Tremembé, do Prime Video, reacendeu a curiosidade do público sobre um dos elementos mais comentados da trama: a “Maria Louca”.

A bebida, que aparece nas cenas de confraternização entre os detentos, é uma espécie de cachaça artesanal e clandestina, produzida dentro de presídios em todo o Brasil, inclusive na famosa penitenciária de Tremembé, conhecida como “a prisão dos famosos”.

O que é a “Maria Louca”

A “Maria Louca” é uma bebida fermentada feita de forma improvisada pelos presos, que utilizam ingredientes reciclados. A receita leva cascas de frutas, como banana, maçã, laranja, manga ou limão, misturadas com água, açúcar e fermento. Quando o fermento não está disponível, ele é substituído por pão, arroz cru ou até farelo de biscoito, segundo o Metrópoles.

O preparo é feito em garrafas PET, galões ou tambores tampados, que ficam escondidos dentro das celas. O líquido fermenta por até quinze dias, embora muitos detentos encurtem o processo para evitar que a bebida seja descoberta pelos agentes penitenciários.

“O principal ingrediente é a casca de fruta, qualquer uma que fermenta: laranja, limão, maçã, manga, banana. O ideal são quinze dias, mas a gente tirava com uma semana, para correr menos risco”, contou Maurício Monteiro, 56 anos, sobrevivente do Massacre do Carandiru, em entrevista ao Terra.

Maria Louca
Foto: Divulgação/Policia Civíl/Bahia

Criatividade e resistência atrás das grades

Cada presídio desenvolve sua própria versão de “Maria Louca”, com variações de sabor e intensidade. “A folha de eucalipto dá um gosto de Cointreau. Maçã também dá um sabor diferenciado. Difícil é conseguir o fermento, tem que contrabandear. Tudo que é proibido tem mais valor na cadeia”, explicou Edilberto Soares, 62 anos, ao Terra, ex-detento que cumpriu pena em Bangu II.

Na série Tremembé, inspirada em livros do jornalista Ulisses Campbell, a bebida aparece como durante as relações entre os presos.

O público, além de se impressionar com as histórias de crimes famosos, também passou a descobrir curiosidades sobre o cotidiano e a engenhosidade daqueles que vivem atrás das grades.

Classificação Indicativa: Livre

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