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Botulismo: entenda a doença e como identificar alimentos contaminados

A toxina botulínica afeta o controle motor, podendo causar morte por insuficiência respiratória. - Foto: Canva
A partir do consumo de um alimento infectado, o início dos sinais e sintomas da doença pode surgir de 2 horas a 10 dias, com média de 12 a 36 horas.  |   BNews SP - Divulgação A toxina botulínica afeta o controle motor, podendo causar morte por insuficiência respiratória. - Foto: Canva
Camila Lutfi

por Camila Lutfi

Publicado em 15/08/2025, às 10h07



O botulismo é uma doença neuroparalítica rara, mas que pode ter efeitos graves, com alto risco de morte. O Ministério da Saúde classifica o tratamento incorreto dessa condição como emergência de saúde pública.

Causado pela toxina da bactéria Clostridium botulinum (C botulinum), uma pessoa pode ser infectada pela ingestão de alimentos contaminados ou ferimentos.

Segundo o Ministério da Saúde, caso essa toxina seja ingerida, mesmo em pouquíssima quantidade, pode causar envenenamento grave em questão de horas.

A toxina botulínica afeta o controle motor e, por essa razão, pode levar a diversas complicações. Além da insuficiência respiratória, outras complicações podem incluir:

  • Dificuldade para falar
  • Fraqueza de longa duração
  • Pneumonia por aspiração e infecção
  • Dificuldade para engolir
  • Fadiga
  • Problemas no sistema nervoso em geral

Quais alimentos podem causar botulismo?

Os alimentos mais comumente envolvidos nas contaminações de botulismo são:

  • Conservas vegetais, principalmente as artesanais (palmito, picles, pequi);
  • Produtos cárneos cozidos, curados e defumados de forma artesanal (salsicha, presunto, “carne de lata”);
  • Pescados defumados, salgados e fermentados;
  • Queijos e pasta de queijos;
  • Alimentos enlatados industrializados — esses casos são mais raros.

A partir do consumo de um alimento infectado, o início dos sinais e sintomas da doença pode surgir de 2 horas a 10 dias, com média de 12 a 36 horas.

Quanto maior a concentração de toxina no alimento ingerido, menor o período até os sintomas se manifestarem.

Identificando alimentos contaminados

vegetais

A toxina botulínica não é visível a olho nu e não se manifesta por meio do gosto ou cheiro específico. No entanto, é possível identificar alguns sinais de alimentos podem estar contaminados.

Ao Metrópoles, Renata Zorzet Manganaro de Oliveira, do Hospital Beneficência Portuguesa de São José do Rio Preto (SP), indicou que para alimentos industrializados ou conservados artesanalmente, é importante observar detalhes como embalagem estufada, líquido turvo, alteração de cor, odor ou textura.

Além disso, Lucas Albanaz, coordenador médico do Hospital Santa Lúcia Gama (DF), também ao Metrópoles, comentou que vazamento de líquido ou espuma ao abrir, cheiro rançoso ou azedo, presença de bolhas no líquido interno e sedimento escuro no fundo de conservas são outros sinais de alerta.

Já nos alimentos frescos, o risco de contaminação diminui, mas certos cuidados podem fazer toda a diferença.

Para a médica, odor estranho, textura excessivamente mole ou presença de líquido anormal na embalagem desses ingredientes podem ser sinais de contaminação.

Teste da gota d'água 

Na internet, é comum ver vídeos de dicas de prevenção com um teste curioso. O processo consiste em pingar uma gota de água no alimento suspeito para descobrir se ele está ou não contaminado.

Os especialistas afirmaram que esse teste não funciona, nem possui validade científica. A única maneira de identificar a contaminação é por meio de laboratório especializado.

Prevenção do botulismo

A melhor prevenção do botulismo está nos cuidados com o preparo, consumo, distribuição e comercialização de alimentos, além, é claro, da higiene dos alimentos e das mãos.

Confira algumas dicas do Ministério da Saúde para prevenir a contaminação da doença:

  • Não consumir alimentos em conserva que estiverem em latas estufadas, vidros embaçados, embalagens danificadas, vencidas ou com alterações no cheiro e no aspecto;
  • Lave sempre as mãos;
  • O preparo de conservas caseiras deve obedecer rigorosamente aos cuidados de higiene e armazenamento;
  • Certifique-se que essas medidas foram adotadas pelo estabelecimento/vendedor que preparou o alimento;
  • O mel é um dos alimentos mais perigosos, especialmente, para crianças menores de 2 anos, pois há risco de conter esporos da bactéria do Botulismo conforme Guia alimentar para crianças brasileiras menores de 2 anos, já que este público é que ainda está adaptando sua microbiota intestinal aos novos alimentos, podendo assim, desenvolver quadros graves da doença;
  • O aquecimento dos alimentos pode eliminar as toxinas do botulismo com o cozimento por 10 minutos com a temperatura acima de 80ºC.

Classificação Indicativa: Livre

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