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Foto: Reprodução/BMW
A BMW está se preparando para dar um passo decisivo no mercado de veículos elétricos. Embora ainda esteja atrás de gigantes como BYD, Tesla e Volkswagen, a montadora alemã aposta na plataforma Neue Klasse para reposicionar sua presença global.
O projeto, que consumiu quatro anos de trabalho e € 10 bilhões em investimentos, será revelado no Salão do Automóvel de Munique, em 5 de setembro, segundo o Neofeed.
O primeiro modelo a estrear a nova tecnologia será o utilitário iX3 elétrico, abrindo caminho para uma frota de 40 veículos previstos até 2027. O diferencial? Todos serão comandados por “supercérebros” digitais, que prometem redefinir a forma como o carro se conecta com motorista e passageiros.
A grande virada da Neue Klasse está no uso de um sistema centralizado de computação, que substitui o hardware como peça-chave. Isso garante 20 vezes mais capacidade de processamento do que os modelos atuais e simplifica de forma drástica a eletrônica do veículo.
Frank Weber, diretor de tecnologia da marca, descreve os novos módulos como “computadores de altíssimo desempenho que trabalham em conjunto de forma inteligente”. Eles unem motorização, direção e infoentretenimento em um sistema muito mais preciso e eficiente.
Outro salto está nas baterias: a BMW adotará células de íon-lítio redondas, capazes de entregar 20% a mais de densidade energética em relação às prismáticas tradicionais.
Os carros da Neue Klasse terão alcance de até 800 km por carga, além de permitir que o motorista recupere mais de 350 km em apenas 10 minutos de recarga. A promessa é clara: competir de igual para igual com os modelos chineses, que hoje dominam o segmento em escala e custo.
Mais do que desempenho, a plataforma abre espaço para algo cada vez mais valorizado: atualizações remotas de software. Assim, mesmo depois da compra, o carro poderá receber melhorias e novas funções, criando também oportunidades de receita para a montadora.
Atualmente, cerca de 18% das vendas globais da BMW já são de modelos elétricos, e a empresa alcançou recentemente a marca de 1,5 milhão de unidades elétricas vendidas. Ainda assim, sua fatia de mercado está entre 2,5% e 3%, bem abaixo das líderes asiáticas.
O desempenho financeiro também inspira cautela: no segundo trimestre de 2025, a receita caiu 8,2%, somando € 33,9 bilhões. A retração é atribuída à demanda mais fraca na China e à variação cambial.
Mesmo assim, o CEO Oliver Zipse está confiante: “Com a Neue Klasse, estamos estabelecendo um novo padrão para a indústria”. O futuro da BMW pode, de fato, estar começando agora.
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