Entretenimento
O novo filme de Yorgos Lanthimos, “Bugonia”, estreia nesta quinta-feira (27) nos cinemas brasileiros e promete desmontar expectativas e provocar inquietação, característica marcante do cineasta.
Como destaca o Flixlândia, o longa não é uma ficção científica tradicional, mas uma sátira viscosa sobre a era da desinformação, algo que o diretor imprime desde a primeira imagem: Emma Stone, irreconhecível, coberta por uma mistura grotesca de mel, sangue e creme antialérgico.
Essa estética pegajosa transborda para o principal tema do filme: o caos entre verdade e delírio.
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Refilmagem do cult sul-coreano “Save the Green Planet!” (2003), “Bugonia” acompanha Teddy (Jesse Plemons), um homem que vê na CEO Michelle Fuller (Stone) não uma executiva, mas a Imperatriz de Andrômeda, uma alienígena que estaria exterminando abelhas para dominar a Terra.
Essa paranoia conduz a um ciclo de tortura e delírio que, aos poucos, prende o espectador num porão onde a loucura parece fazer sentido.
O mel e os insetos, afirma o Flixlândia, dão forma à metáfora central do filme: a tentativa desesperada e violenta de salvar aquilo que estamos destruindo.
Lanthimos usa as abelhas como símbolo de vida e, ao mesmo tempo, como instrumento de dor, reforçando o tema da devastação provocada por mãos humanas.
É no final que o diretor executa seu golpe mais cruel: Michelle realmente é a Imperatriz de Andrômeda. A lógica muda abruptamente. Teddy não era um conspiracionista delirante; era um profeta ignorado. Mas a revelação não traz alívio, apenas horror.
O Flixlândia explica que o filme assume, então, uma conclusão niilista: os alienígenas não são invasores malignos, mas jardineiros cósmicos. Para eles, a humanidade se tornou uma praga, e a solução é simples e silenciosa: dedetização.
Na cena final, a Terra é confinada sob uma redoma de vidro. A humanidade é extinta instantaneamente. O zumbido das abelhas retorna e a natureza recomeça. “Bugonia” não questiona se existem alienígenas, mas se a raça humana merece existir.
Classificação Indicativa: Livre