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Um possível bloqueio do acesso ao sistema GPS no Brasil, noticiado recentemente pela Folha de S.Paulo, gerou dúvidas e preocupação entre usuários de smartphones, motoristas de aplicativo, entregadores e setores que dependem da geolocalização.
Em meio a tensões diplomáticas entre Brasil e Estados Unidos, aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro afirmaram que sanções futuras podem incluir restrições ao uso do GPS — sistema operado pelos EUA e essencial para serviços como Google Maps, Waze, Uber, iFood, além de logística, bancos e equipes de emergência.
Embora especialistas avaliem essa possibilidade como pouco provável e sensível politicamente, o alerta revela uma vulnerabilidade real: o Brasil depende quase que totalmente do GPS. Um bloqueio, mesmo que temporário ou parcial, poderia causar perda de precisão, erros nas rotas, falhas no funcionamento de aplicativos e impacto imediato em serviços que hoje funcionam com base em localização em tempo real.
O GPS não é o único sistema global de navegação por satélite. Outros sistemas importantes são:
GLONASS (Rússia): cobertura global e usada por muitos celulares Android e alguns iPhones como sistema complementar.
Galileo (União Europeia): sistema civil altamente preciso, compatível com a maioria dos smartphones lançados após 2018.
BeiDou (China): cobertura mundial desde 2020, presente em muitos dispositivos asiáticos.
NavIC (Índia) e QZSS (Japão): sistemas regionais, eficazes principalmente em seus próprios territórios.
Muitos smartphones modernos combinam sinais de mais de uma constelação para melhorar a precisão, especialmente em áreas urbanas com sinal fraco.
Confira algumas dicas para garantir navegação eficiente, mesmo sem GPS:
Verifique a compatibilidade do seu celular:
Consulte as especificações no site do fabricante para saber se seu aparelho suporta GLONASS, Galileo ou BeiDou. Marcas como Xiaomi, Samsung, Apple (modelos recentes), Motorola e Huawei já oferecem suporte a múltiplas constelações.
Use apps que exploram múltiplas fontes:
Aplicativos populares como Google Maps e Waze automaticamente alternam entre os sistemas disponíveis (GLONASS, Galileo, etc.) e também usam Wi-Fi e torres de celular para ajudar na localização.
Baixe aplicativos de diagnóstico GNSS:
Apps como GPSTest, GNSSToolkit e Galileo Test permitem monitorar em tempo real quais satélites seu celular está captando — útil para verificar se os sinais estão ativos.
Opte pela navegação offline com mapas baixados:
Aplicativos como Maps.me, OsmAnd e Here WeGo permitem baixar mapas completos e navegar sem conexão com satélites, usando sensores internos do aparelho para estimar a posição.
Considere receptores GNSS externos para uso profissional:
Em setores como aviação, agricultura de precisão e logística, equipamentos especializados da Trimble, Septentrio e Garmin oferecem suporte avançado a múltiplas constelações.
Sistemas terrestres alternativos, como o eLoran:
Embora pouco usados no Brasil, sistemas de radionavegação terrestre como o eLoran podem complementar ou substituir temporariamente o GPS. Eles estão em fase de testes em alguns países e podem ganhar relevância se as tensões geopolíticas aumentarem.
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