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Mistério no oceano: estrutura inédita é achada no Triângulo das Bermudas

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Pesquisadores da Universidade de Yale desvendam o enigma geológico que mantém as Bermudas acima do nível do mar há milhões de anos.  |   BNews SP - Divulgação Foto: Reprodução/Unsplash
Fernanda Montanha

por Fernanda Montanha

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Publicado em 19/12/2025, às 11h48



Um dos enigmas mais duradouros associados ao Triângulo das Bermudas acaba de ganhar uma resposta científica consistente.

Pesquisadores identificaram o motivo pelo qual o arquipélago permanece acima do nível do oceano, mesmo após milhões de anos sem qualquer atividade vulcânica visível.

Durante décadas, a ausência de vulcões ativos alimentou questionamentos sobre como Bermudas conseguiu se manter elevada em uma região dominada por crosta oceânica.

Agora, um estudo recente aponta que a explicação está escondida em camadas profundas da Terra, longe da superfície e fora do alcance de observações diretas, segundo o Uol.

Uma estrutura inédita sob o oceano

Cientistas da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, identificaram uma formação geológica jamais registrada em outras partes do planeta. A descoberta foi detalhada em um artigo publicado na revista científica Geophysical Research Letters e chama atenção pelo caráter excepcional da estrutura encontrada.

Sob as ilhas Bermudas, os pesquisadores localizaram uma camada adicional de rocha com cerca de vinte quilômetros de espessura. Essa formação está posicionada abaixo da crosta oceânica e integrada à própria placa tectônica. Esse detalhe muda completamente a compreensão sobre a sustentação da ilha, já que, em condições normais, a crosta repousa diretamente sobre o manto terrestre.

Segundo os especialistas, não é comum existir qualquer tipo de material intermediário entre essas duas camadas. Em praticamente todo o planeta, a transição ocorre de forma direta, o que torna o caso de Bermudas um verdadeiro ponto fora da curva do ponto de vista geológico.

O papel das ondas sísmicas na descoberta

Para chegar a essa conclusão, os cientistas analisaram registros de ondas sísmicas geradas por grandes terremotos em diversas regiões do mundo. Ao atravessarem o interior do planeta, essas ondas sofrem alterações que permitem mapear estruturas profundas com precisão.

Com essa metodologia, foi possível obter imagens de rochas localizadas a cerca de cinquenta quilômetros abaixo das ilhas. A análise revelou uma camada espessa e menos densa do que os materiais ao redor. Essa diferença de densidade é fundamental para explicar a elevação do terreno, funcionando como uma espécie de base de sustentação natural.

De acordo com um dos autores do estudo, William Frazer, o que se esperaria encontrar seria apenas o limite inferior da crosta seguido imediatamente pelo manto. Em Bermudas, porém, essa lógica não se aplica, o que reforça o caráter singular da descoberta.

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Vestígios de um passado vulcânico distante

Os pesquisadores acreditam que essa formação seja um remanescente de um antigo episódio vulcânico ocorrido na região. Durante a última fase de atividade, o material teria se acumulado e, ao se solidificar, criado uma plataforma geológica resistente.

Mesmo após mais de trinta milhões de anos sem vulcanismo ativo, essa base continua sustentando a elevação oceânica onde Bermudas se encontra. O arquipélago, portanto, não está flutuando ao acaso, mas apoiado em uma estrutura sólida que desafia os modelos tradicionais da geologia oceânica.

A descoberta ajuda a esclarecer não apenas a estabilidade de Bermudas, mas também amplia o entendimento sobre a diversidade de processos geológicos que moldam o planeta. Ao revelar uma exceção tão marcante, o estudo abre caminho para novas investigações em outras regiões consideradas igualmente enigmáticas.

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