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O Procon Goiás autuou a WePink, marca de cosméticos fundada por Virginia Fonseca, por atrasos na entrega de produtos e falhas no atendimento antes e depois da compra. Entre 2024 e 2025, o órgão recebeu cerca de 340 reclamações contra a empresa, envolvendo desde demoras prolongadas até ausência de retorno em pedidos de cancelamento e estorno.
Segundo o Procon, a WePink vende cosméticos e perfumes em todo o país, mas não cumpre os prazos informados no momento da compra. Em um dos casos relatados, uma consumidora afirmou ter feito o pedido há sete meses e ainda não recebeu a mercadoria. Mesmo com as reclamações, as lives promocionais da marca continuam ocorrendo nas redes sociais, com produtos anunciados a preços reduzidos e links de compra disponibilizados durante as transmissões.
“O atraso ou a não entrega de uma mercadoria anunciada configura descumprimento de oferta. O consumidor tem direito à restituição integral do valor pago ou à entrega de outro produto equivalente”, afirmou Marco Palmerston, superintendente do Procon Goiás.
Em nota enviada ao portal Terra, a equipe jurídica da empresa afirmou que já respondeu à notificação do Procon e que não enfrenta mais atrasos frequentes. A marca destacou sua nota 8,1 no Reclame Aqui e um índice de 93% de resolução de casos, números considerados positivos para o setor de e-commerce.
O Ministério Público de Goiás (MPGO) também ajuizou uma ação civil pública com pedido de urgência contra a WePink e seus sócios Virginia Fonseca, Thiago Stabile e Chaopeng Tan por práticas abusivas e publicidade enganosa. Segundo o MP, a empresa descumpriu oito artigos do Código de Defesa do Consumidor e registrou mais de 90 mil reclamações em 2024 no Reclame Aqui.
Durante uma live, o sócio Thiago Stabile admitiu dificuldades de abastecimento diante do crescimento acelerado da marca. Para o promotor Élvio Vicente da Silva, as declarações comprovam má-fé contratual, pois a empresa continuou vendendo mesmo sem estoque suficiente para atender aos pedidos.
O MPGO pede que a Justiça determine a suspensão das lives promocionais até a regularização das pendências, a criação de um canal de atendimento humano com resposta em até 24 horas e uma multa diária de R$ 1 mil por descumprimento. A promotoria também solicita indenização de R$ 5 milhões por dano moral coletivo, valor que seria destinado ao Fundo Estadual de Defesa do Consumidor.
“Seduzidos pela confiança em uma influenciadora de renome nacional, consumidores realizaram compras legítimas, mas enfrentaram descaso no pós-venda”, afirmou o promotor.
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