Entretenimento
A Netflix lançou no dia 20 de agosto a minissérie brasileira “Pssica”, que rapidamente entrou para a lista das produções mais assistidas da plataforma. O sucesso se deve à força da narrativa, que aborda temas pesados como abuso sexual, violência urbana e vingança. As cenas, segundo críticos, são tão realistas que chegam a ser perturbadoras.
No Pará, a palavra “pssica” é uma gíria muito conhecida. Usada para se referir a azar, maldição ou algo ruim que insiste em acompanhar alguém, ela descreve aquela fase em que tudo parece dar errado.
O termo tem origem no nheengatu, idioma indígena que deixou marcas profundas na cultura amazônica e no vocabulário da região Norte do Brasil.
Na série, a “pssica” não é apenas um pano de fundo, mas o motor da narrativa. Ela se manifesta nas escolhas, nas perdas e nos encontros dos três protagonistas, que tentam escapar de uma espiral de violência, miséria e destino marcado. Ao incorporar esse conceito, a produção cria uma atmosfera densa e realista, em que a fronteira entre o sobrenatural e a dura realidade amazônica se mistura, tornando a trama ainda mais envolvente.
Na produção baseada no livro de Edyr Augusto, o conceito vai além de uma simples gíria. Ele ganha forma de uma força invisível que guia a trama e marca a vida dos protagonistas.
Uma força negativa: simboliza algo constante, que assombra e persegue os personagens.
Um ciclo de sofrimento: traduz a ideia de uma maré de tragédias que nunca termina.
Um destino inevitável: sugere que os acontecimentos ruins não podem ser evitados, apenas enfrentados.
Mais do que um recurso narrativo, a “pssica” é uma expressão enraizada na vida cotidiana paraense. Sua origem indígena reforça o vínculo da palavra com a Amazônia e sua diversidade cultural.
Ao transformar esse conceito em fio condutor da série, a Netflix não apenas adapta uma obra literária, mas também leva ao público global um pedaço da linguagem e da visão de mundo amazônica.
Classificação Indicativa: Livre