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Quem sofre mais com o calor em SP? Estudo aponta influência da renda e da moradia

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Estudo da USP revela: sua renda e moradia podem aumentar o risco de doenças ligadas ao calor. Entenda como o calor extremo afeta SP de forma desigual.  |   BNews SP - Divulgação Reprodução/ G1
Gabriela Teodoro Cruz

por Gabriela Teodoro Cruz

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Publicado em 28/09/2025, às 08h00



Uma nova pesquisa da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da Universidade de São Paulo (USP) desvenda a relação direta entre a condição social e o risco à saúde causado pelo calor extremo na capital paulista. O estudo, publicado na revista científica Urban Climate, revela que não é apenas o clima que determina a vulnerabilidade, mas também a renda e o tipo de habitação.

Esse mapeamento pioneiro combina dados ambientais e socioeconômicos para mostrar que o calor afeta a população de São Paulo de forma desigual. A pesquisa contou com o apoio da Fapesp e destaca a necessidade urgente de políticas públicas integradas para proteger os moradores mais vulneráveis.

Vulnerabilidade ao calor: o que diz a pesquisa?

O estudo define o risco de calor como a probabilidade de altas temperaturas causarem efeitos negativos na saúde. Fatores ambientais como a falta de vegetação e sombreamento são importantes, mas o estudo da FAU-USP vai além, incluindo aspectos sociais e econômicos.

Os pesquisadores descobriram que a densidade populacional, a qualidade das moradias e até o tipo de emprego são cruciais para entender quem está mais exposto ao perigo do calor. Pessoas de baixa renda, por exemplo, muitas vezes vivem em casas menos preparadas para altas temperaturas e, frequentemente, têm trabalhos informais que as expõem diretamente ao sol.

Inovação no mapeamento: uma ferramenta para a cidade

Segundo Denise Duarte, professora da FAU-USP e coautora do artigo, a metodologia do estudo é inovadora. Pela primeira vez, foram incluídos parâmetros como o tipo de habitação, a morfologia urbana e a proximidade de áreas verdes para entender o risco de calor em uma cidade subtropical.

O mapa foi desenvolvido em uma escala detalhada, utilizando dados públicos e a opinião de especialistas. Ele segue a definição de risco estabelecida pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC).

A ferramenta tem um grande potencial para o planejamento urbano e para orientar políticas públicas de adaptação climática. Por ter sido elaborada na escala do setor censitário, pode ser replicada em outras cidades do Brasil, ajudando a identificar áreas prioritárias para ações de mitigação e proteção da população. 

Classificação Indicativa: Livre

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