Entretenimento
por Maria Laura Saraiva
Publicado em 01/11/2025, às 09h33
A série Tremembé, que estreou no Prime Video em 31 de outubro de 2025, já domina as conversas entre fãs de true crime. Inspirada em casos reais do presídio feminino de Tremembé, conhecido como “prisão dos famosos”, a produção de cinco episódios revive crimes que chocaram o Brasil.
Personagens como Suzane von Richthofen e Elize Matsunaga ganham destaque, mas é Sandrão, ou Sandra Regina Ruiz, quem rouba a cena com uma trajetória que mistura crime, amores e redenção.
Criada por Claudia Pinto e dirigida por Javier Oliveira, Tremembé combina drama, tensão e crítica social. Os episódios de 45 minutos mergulham na rotina da penitenciária paulista com uma fotografia claustrofóbica e atuações marcantes. Letícia Colin interpreta Elize, enquanto Letícia Rodrigues, revelação da série, dá vida a Sandrão.
O roteiro evita o sensacionalismo e humaniza as detentas, mostrando suas falhas e contextos sociais. A trilha sonora minimalista intensifica a tensão. Apesar do ritmo irregular em alguns episódios, Tremembé recebeu nota 8/10 no IMDb e foi elogiada pela fidelidade aos fatos.
Nascida em Mogi das Cruzes, Sandrão teve uma infância difícil. Em 2003, aos 24 anos, participou do sequestro do adolescente Tallisson, de 14 anos, ao lado do namorado Valdir Ferreira Martins e do comparsa Formiga. O crime terminou em tragédia após o garoto reconhecer os sequestradores. Sandrão foi condenada a 24 anos de prisão.
Na série, sua história é retratada com intensidade e crítica social. O episódio aborda as desigualdades que alimentam o crime sem deixar de expor a brutalidade dos fatos.
Durante a prisão, Sandrão se envolveu com Elize Matsunaga e depois com Suzane von Richthofen, com quem chegou a assinar um termo de convivência em 2014. A parceria terminou após uma polêmica envolvendo a entrevista de Suzane ao programa de Gugu Liberato, quando Sandrão teria ficado com parte do cachê.
A série mostra esses momentos com realismo e ironia, satirizando o sensacionalismo em torno do sistema prisional e o interesse da mídia em histórias de crime e fama.
Após bom comportamento, Sandrão passou ao regime semiaberto em 2015 e, no ano seguinte, conquistou o regime aberto em Mogi das Cruzes, onde vive até hoje, em liberdade condicional, como informa o portal Série Por Elas. A série encerra com uma cena simbólica de sua saída da prisão, sem glorificar o fim da pena.
A história de Sandrão provoca reflexões sobre o sistema carcerário brasileiro e o limite entre punição e reabilitação.
Classificação Indicativa: Livre