Um peixe baiano

Um famoso peixe baiano acostumado a nadar em águas turbulentas no estado caiu de paraquedas na terra da garoa. Entre mergulhos e estripulias na Faria lima, o tal peixinho vai enchendo o papo e colecionando dentadas pelas principais gestoras de fundos da Faria lima.

Sua ficha corrida já chegou no MP paulista e, logo logo, esse filhote de Tainha vai cair na rede da justiça e entrar na panela.

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Tigrinho na jaula

Em São Paulo, o “Jogo do Tigrinho” rendeu mais que promessas de fortuna rápida — rendeu prisão. O influenciador Maumau foi alvo da Operação Desfortuna e acabou preso em flagrante em Arujá, na Grande SP, depois que a Polícia Civil do Rio encontrou uma arma em sua casa. A ofensiva mira influenciadores que usavam suas redes, com milhões de seguidores, para promover caça-níqueis on-line, prática proibida no Brasil.

A operação investiga lavagem de dinheiro, estelionato e organização criminosa, com ações também no Rio e em Minas. Mas em solo paulista, o episódio de Maumau virou vitrine: de garoto-propaganda do Tigrinho a “celebridade” de cela, com direito a vídeo no Instagram (apagado logo depois). 

Agora, além de evitar roleta e caça-níqueis, ele precisa se apresentar à Justiça a cada dois meses — um giro menos lucrativo que o prometido nos anúncios do jogo.

Bolsa de ilusões

Na Faria Lima, onde o champanhe costuma jorrar fácil, a ressaca agora é bilionária. Dois fundos “premium” do Credit Suisse — hoje UBS — viraram pó, deixando um rombo de R$ 1,6 bilhão em investidores endinheirados.

O enredo inclui empresas de energia renovável com sócios na mira da PF, recuperação judicial e o banco faturando quase R$ 50 milhões em bônus para vender papéis que afundaram mais rápido que promessa de político.

Na época da criação, o Credit Suisse atuou nas duas pontas: estruturou a venda de debêntures e, sem economizar no marketing, empurrou as cotas aos clientes. Agora, com PF na porta e investidores no prejuízo, a avenida símbolo do mercado financeiro brasileiro soma mais um capítulo na coleção “Como perder dinheiro rápido em 10 lições”.

Palácios em extinção

Em São Paulo, já foi moda erguer palácios urbanos no melhor estilo “Versalhes tropical”, como a mansão da família Safra no Morumbi — 130 cômodos, cinco andares e quase 11 mil m² de puro luxo. Hoje, porém, o martelo das mansões anda empoeirado: faz mais de um ano que nenhuma foi construída na cidade.

A elite paulistana migrou para Alphaville e Porto Feliz, onde pode ter muros altos e vizinhos igualmente milionários, longe da pressão da verticalização e do trânsito.Enquanto isso, restam cerca de 2 mil mansões “sobreviventes” na capital, quase todas nos Jardins e outros redutos blindados contra prédios.

O último exemplar erguido, no Jardim Paulistano, saiu por R$ 57 milhões — mas parece que o metro quadrado do glamour agora está mesmo fora da capital.