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CEO que promoveu 700 demissões quis ser “substituído” por inteligência artificial; entenda

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Uso da inteligência artificial por CEOs levanta questionamentos sobre a possível substituição de humanos no mercado de trabalho  |   BNews SP - Divulgação Foto: Freepik
Marcela Guimarães

por Marcela Guimarães

Publicado em 27/05/2025, às 13h24



O uso de inteligência artificial (IA) continua transformando o mercado de trabalho e agora promete atingir até os cargos mais altos.

A fintech sueca Klarna divulgou os resultados do primeiro trimestre de 2025 com um vídeo de 83 segundos apresentado por um avatar de Sebastian Siemiatkowski, o próprio CEO.

“Sou eu, ou melhor, meu avatar de inteligência artificial”, diz o personagem digital logo no início. A informação foi confirmada pela empresa, que descreveu o vídeo como parte do processo de integração da IA às operações internas.

Apesar de inovadora, a iniciativa não é a única da empresa: a Klarna demitiu 700 funcionários em 2022, substituindo parte dos trabalhadores pela inteligência artificial. Os desligamentos foram anunciados por um vídeo pré-gravado no LinkedIn, o que causou grande repercussão.

Após receber críticas pela baixa qualidade do trabalho, o CEO admitiu arrependimento, afirmando que “nada será tão valioso quanto os humanos”.

Apesar disso, a Klarna segue firme no uso da tecnologia. Em depoimento à CNBC, a empresa afirmou que a redução no número de funcionários está diretamente ligada à automação por IA.

A chegada do ChatGPT, da OpenAI, em novembro de 2022, também foi decisiva. A ferramenta marcou o início de uma nova era digital, popularizando o uso de modelos capazes de produzir textos, códigos, imagens e até tomar decisões simples em tempo real.

A prática da “substituição” já chegou em outras grandes empresas. Eric Yuan, CEO da Zoom, utilizou seu avatar digital para apresentar um relatório.

Diferente da Klarna, Yuan acompanhou a reunião ao vivo para responder a perguntas e destacou o uso de um novo recurso da plataforma: o Zoom Clips com AI Companion. “Tenho orgulho de ser um dos primeiros CEOs a usar um avatar em uma apresentação de lucros”, disse ele.

A tecnologia empregada facilita o mundo corporativo, mas também assusta. O questionamento que fica é se, em um futuro próximo, as máquinas poderão falar e tomar decisões pelos funcionários.

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