Com vantagem mínima, listagem da JBS em NY pode ser barrada por acionistas

A decisão sobre o futuro internacional da JBS está nas mãos dos acionistas minoritários e a família Batista terá que correr contra o tempo para virar votos até a assembleia definitiva.

Segundo a contagem parcial divulgada recentemente, a proposta para listar a JBS em Nova York está com 25 milhões de votos a menos do necessário para passar. O boletim mais recente enviado à CVM mostra 246 milhões de votos favoráveis contra 271 milhões contrários e 3,2 milhões de abstenções.

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Esses números correspondem a 520 milhões dos 730 milhões de votos possíveis entre os minoritários com direito a voto, grupo que não inclui os controladores (os Batista), o BNDES e a atual diretoria da empresa, ou seja, os 210 milhões de votos ainda em aberto serão decisivos.

A parcial joga um balde de água fria nas expectativas dos comprados, mas o cenário ainda pode mudar. O resultado do momento é, em grande parte, um reflexo de votos antecipados de grandes gestores que costumam seguir a orientação de agências de proxy como a ISS, que recomendou o voto contra por considerar injusta a criação de duas classes de ações com poder de voto desigual.

A imagem usada por um analista para descrever o momento foi a de uma apuração eleitoral: “É como se já tivessem apurado os votos de Itaquera, mas ainda faltassem Jardins e Pinheiros”. Assim, os votantes que ainda não se manifestaram podem acabar ficando do outro lado.

A assembleia começa às 10h (horário de Brasília) da próxima sexta-feira (23) e o resultado deve sair no início da tarde.

Desde o anúncio do acordo entre a J&F Investimentos (dos Batista) e o BNDESPar, que não quis votar, os papéis da JBS já possuem alta de 34,4%, mostrando a expectativa positiva do mercado com os ganhos de valorização que poderia trazer.