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por Marcela Guimarães
Publicado em 11/10/2025, às 11h32
Na última sexta-feira (10), em São Paulo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou que haverá uma reformulação no modelo de crédito imobiliário do país.
A mudança pretende melhorar o acesso ao financiamento habitacional, principalmente para a classe média, e modernizar o uso dos recursos da poupança.
O objetivo é causar o fim dos depósitos compulsórios da poupança no Banco Central, que será feito aos poucos até 2027. Com isso, o valor total aplicado nas cadernetas passará a servir como referência direta para o crédito imobiliário.
Além disso, o limite de valor dos imóveis financiados pelo Sistema Financeiro da Habitação (SFH) vai subir de R$ 1,5 milhão para R$ 2,25 milhões.
As novidades foram anunciadas durante o evento Incorpora 2025, um dos maiores do setor imobiliário.
O novo formato do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) vai associar o volume de crédito disponível aos recursos adquiridos pelas instituições financeiras.
Segundo o sistema, quanto mais valores depositados na poupança, maior será o crédito disponível para financiamento imobiliário.
Com o fim do direcionamento obrigatório de 65%, os bancos poderão usar a poupança com mais flexibilidade, desde que mantenham 80% dos financiamentos dentro das regras do SFH, que limitam os juros a 12% por ano.
Atualmente, 65% dos depósitos da poupança são obrigatoriamente direcionados ao crédito imobiliário, 15% ficam livres e 20% vão para o Banco Central, como aponta a apuração do portal Gazeta de São Paulo.
De acordo com o Governo Federal, essa estrutura limita a capacidade de expansão do crédito, principalmente em períodos de alta na taxa Selic, que faz com que investidores usem recursos para buscar aplicações mais rentáveis.
A implantação deve acontecer aos poucos; em 2025, o percentual de depósitos compulsórios cairá de 20% para 15% e, além disso, cerca de 5% dos recursos terão que seguir as novas regras.
A intenção é que o sistema esteja totalmente adaptado até janeiro de 2027.
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