Negócios
por Marcela Guimarães
Publicado em 24/06/2025, às 16h47
O mercado global do café ainda passa por instabilidade nos preços em razão de uma combinação de fatores climáticos, logísticos e comerciais. Esses elementos podem definir os rumos da commodity ao longo do ano mesmo com sinais positivos de recuperação em alguns países produtores.
A Colômbia, segundo maior produtor da América Latina, ainda enfrenta atrasos na colheita por conta das chuvas intensas, o que prejudica a oferta local.
Enquanto isso, o Brasil, líder mundial na produção, avança para uma safra robusta, favorecida por condições climáticas mais estáveis após a pior seca em 60 anos, registrada em 2024. Já o Vietnã, principal produtor de café na Ásia, também vê melhora na produção pelo clima favorável.
Com o retorno do clima adequado, a safra brasileira deve aumentar a oferta global de grãos, o que deve pressionar os preços para baixo. Analistas apontam que essa recuperação pode limitar os ganhos imediatos para os produtores locais, apesar dos preços altos no início do ano.
O avanço da colheita robusta no Brasil deve fazer os preços recuarem aos poucos, mas o Banco Mundial vê um cenário positivo para o café arábica em 2025, já que o preço médio por quilo deve chegar a US$ 8,50, tendo uma alta de 51,2% em relação a 2024.
Para países como Colômbia, Honduras e Peru, a alta abriu espaço para aumentar a renda de pequenos produtores e reforçar as contas externas. Os benefícios vieram duas vezes: com preços mais altos e com uma demanda sólida nos mercados europeus e norte-americanos.
Especialistas alertam que, apesar dos recordes de preço no início do ano, multinacionais de café e cafeterias são as maiores beneficiadas no cenário, já que conseguem repassar o custo maior para o consumidor final, lucrando mais em pequenas quantidades.
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