Negócios
por Camila Lutfi
Publicado em 01/07/2025, às 19h52
O vinho mais vendido do Brasil não é um dos mais refinados que o mercado oferece, pelo menos na percepção dos enólogos. Para o paladar popular, o vinho de mesa Pérgola é o que mais aparece na casa dos consumidores brasileiros.
Produzido pela Vinícula Campestre, no Rio Grande do Sul, esse rótulo vende mais de 40 milhões de garrafas por ano, faturando em torno de R$ 500 milhões na categoria de vinho de mesa. Ainda, o vinho representa 20% desse mercado.
João Zanotto, diretor-presidente da Campestre, em entrevista à Bloomberg Línea, disse que a liderança é resultado de uma estratégia que envolveu técnicas de grandes vinícolas, visibilidade como um vinho de mesa “premium", além de investimentos no controle da cadeia produtiva e uma abordagem direta ao consumidor.
No entanto, ele disse que ainda há a percepção de que a bebida é um produto inferior, por estar na categoria de vinho de mesa. A forma que a empresa resolveu abordar essa dificuldade foi liberar degustações para clientes em supermercados. Assim, as vendas por indicação foram crescendo.
A Campestre adotou essa estratégia há mais de duas décadas, se consolidando como líder de vendas nos últimos anos. As ações de marketing focaram diretamente no consumidor final, que respondeu com um alto volume em compras.
Além disso, Zanotto explicou que equipes da empresa viajam pelo país oferecendo cursos e treinamentos a vendedores de supermercados e distribuidores para apresentar o vinho ao consumidor.
Em relação ao sabor, considerado "muito doce" por algumas pessoas — especialmente aqueles que consomem vinhos finos —, o diretor afirma que esse é o paladar que os consumidores procuram. Para ele, o vinho Pérgola e a empresa como um todo ajudaram a montar uma nova relação com essa bebida, popularizando o vinho de mesa nas casas dos brasileiros.
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