Polícia
por Marcela Guimarães
Publicado em 30/05/2025, às 18h08
O corpo do pai de santo Odair dos Santos, morto em janeiro de 2022, foi cremado sem o consentimento da família no início deste mês de maio, em São Paulo.
Os parentes acusam a Velar, responsável pela administração do Cemitério São Pedro, na zona leste da capital, de agir com má fé, enquanto a empresa afirma que o caso se trata de um erro humano.
Odair, que faleceu aos 72 anos, havia sido sepultado no local ainda sob comando público; após a privatização em 2023, a Velar começou a administrar o cemitério.
Em abril deste ano, os filhos do pai de santo iniciaram o processo de exumação para transferi-lo a um novo jazigo. Durante a abertura parcial do túmulo, reconheceram o corpo, mas foram informados que ele não poderia ser retirado de lá por ainda conter resíduos mortais.
No início deste mês, retornaram ao cemitério para concluir o transporte, mas encontraram o túmulo revirado e sem lápide. Com explicações estranhas e contraditórias vindas da equipe do cemitério, os filhos resolveram acionar a polícia.
Uma funcionária que se sentiu pressionada admitiu que o corpo de Odair teria sido confundido com o de uma mulher enterrada na mesma quadra e cremado “por engano”.
A família contesta a versão da Velar alegando que, ainda em vida, Odair deixou claro que não queria ser cremado por questões religiosas envolvendo a Umbanda. Agora, os filhos pretendem recorrer à Justiça pelo desrespeito à memória do pai.
O caso pode ser dado como vilipêndio de cadáver, crime previsto no artigo 212 do Código Penal, com pena de até três anos de prisão. Familiares querem denunciar a empresa no Ministério Público de São Paulo nas esferas criminal, cível e administrativa.
A Velar se desculpou pelo ocorrido e ainda quis arcar com os custos do caixão e do transporte, que chegaram ao valor de R$ 1.412.
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