Polícia
por Isabela Fernandes
Publicado em 15/05/2025, às 09h29
Na tarde de quarta-feira (14), um confronto entre manifestantes e a Polícia Militar aconteceu na região central de São Paulo, nas proximidades da Favela do Moinho.
O protesto, que bloqueou a Avenida Rio Branco, levou a PM a intervir com bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha para liberar a via. A ação policial ocorreu por volta das 17h20 e seguiu o protocolo padrão utilizado em manifestações que interrompem o trânsito.
Este foi o terceiro dia consecutivo de protestos na região, em resposta ao processo de remoção de famílias que vivem na Favela do Moinho. As primeiras retiradas começaram em 22 de abril e as demolições das moradias tiveram início na segunda-feira (12). A desocupação faz parte de um projeto coordenado pela Prefeitura de São Paulo e pelo Governo do Estado.
Durante os protestos da terça-feira (13), a circulação dos trens na capital chegou a ser afetada, refletindo o impacto das manifestações no dia a dia da cidade.
Segundo a Secretaria Estadual de Desenvolvimento Urbano e Habitação, até agora, 752 famílias aceitaram participar do programa de reassentamento, o que representa 88% do total. Destas, 599 estão oficialmente habilitadas a assinar contratos e receber as chaves assim que os imóveis estiverem prontos.
Entre as famílias já atendidas, 548 escolheram um novo imóvel ou optaram por receber uma Carta de Crédito Individual, que permite buscar uma nova casa no mercado. Essas mesmas famílias também já iniciaram o processo para acessar o auxílio-moradia, um apoio financeiro temporário para quem ainda aguarda a nova residência.
No entanto, moradores denunciam que o governo estadual desrespeitou o acordo ao demolir casas que ainda estariam parcialmente ocupadas ou que não deveriam ser derrubadas. A ação inesperada aumentou a tensão na região e levou ao bloqueio dos trilhos da CPTM com fogo, em um protesto que interrompeu a circulação de trens.
Mesmo com a maior parte dos moradores aderindo ao programa, parte da comunidade permanece na Favela do Moinho e resiste à desocupação, o que tem motivado os protestos e os recentes confrontos com a polícia.
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