Polícia
A Polícia Federal abriu um inquérito para investigar a adulteração de bebidas alcoólicas com metanol no país.
O produto, é altamente tóxico e impróprio para consumo humano, tem sua importação e comercialização restritas e fiscalizadas pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
Segundo a ANP, todo o metanol que circula no Brasil é importado. Apenas empresas autorizadas podem realizar a compra, com exigência de licenças específicas para cada carga.
O uso mais comum no país está ligado à produção de biodiesel, regulada pela resolução 987/2025, que determina relatórios mensais sobre quantidade adquirida e destino do produto.
Além do setor energético, o metanol também é empregado na indústria química, em itens como tintas, solventes, plásticos, formol e até produtos de limpeza.
Para esses casos, vale a resolução 937/2023, que impõe regras semelhantes de cadastro e monitoramento.
A ANP acompanha a movimentação do metanol desde a entrada no país até a distribuição interna.
Há relatórios públicos sobre licenças deferidas e um painel que mostra o uso do insumo na produção de biodiesel.
Também existem acordos com plataformas de comércio online para retirar anúncios irregulares e compartilhar informações que possam auxiliar em fiscalizações.
Segundo a informação do advogado Carlos Rayol, especialista em direito do consumidor para o portal DW Brasil, a rastreabilidade é pouco conhecida, mas essencial. “Empresas e pessoas precisam denunciar qualquer suspeita de irregularidade”, afirma.
O baixo custo em relação ao etanol faz com que o metanol seja alvo de fraudadores no setor de combustíveis.
As operações recentes em São Paulo identificaram importações irregulares que desviavam o produto para adulterar gasolina e álcool.
Agora, há suspeita de que parte desse material também tenha abastecido distribuidoras clandestinas de bebidas, o que pode explicar casos recentes de intoxicação.
A Polícia Federal investiga a possível conexão entre esses esquemas e a adulteração de bebidas. Já o governo paulista descarta, por enquanto, a participação de facções criminosas como o PCC nos casos registrados.
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