Polícia
Altamente perigoso, o metanol — ou álcool metílico — é uma substância incolor, de cheiro semelhante ao da bebida alcoólica comum, mas tóxica e extremamente inflamável. Recentemente, ele esteve no centro de casos de intoxicação em São Paulo, que resultaram em duas mortes confirmadas.
Apesar de letal para consumo humano, o composto tem ampla aplicação industrial. Ele é matéria-prima essencial para a produção de formol, ácido acético, MTBE (aditivo para gasolina), além de solventes, adesivos, revestimentos e até pisos.
No Brasil, o metanol também ocupa espaço estratégico na matriz energética. Ele é usado na fabricação de biodiesel, combustível renovável que compõe parte do diesel comercializado no país.
De acordo com a Agência Nacional do Petróleo (ANP), a maior parte do metanol industrial é obtida a partir do gás natural.
Diante dos riscos de manipulação e uso inadequado, a agência passou a incluir a substância na definição de solventes regulados, intensificando o controle no mercado interno, segundo o Metrópoles.
Em menos de um mês, o estado de São Paulo registrou nove casos de intoxicação por ingestão de bebidas adulteradas com metanol. Duas mortes já foram confirmadas: um homem de 38 anos, em São Bernardo do Campo, e outro de 54 anos, na capital paulista.
As autoridades de saúde identificaram ainda outros 13 episódios suspeitos. Parte dos pacientes já recebeu alta, mas três continuam internados.
O Ministério da Justiça, por meio da Senacon, emitiu recomendações urgentes a bares, restaurantes e distribuidores para reforçar a fiscalização da procedência das bebidas.
Segundo orientações oficiais, consumidores devem evitar produtos sem rótulo, sem lacre de segurança ou com informações borradas. Preços muito abaixo do mercado também são indícios de fraude.
Outros sinais de alerta incluem odor estranho e sintomas como visão embaçada, dor de cabeça intensa, tontura e náuseas logo após o consumo. Nestes casos, especialistas reforçam: não faça “testes caseiros” para verificar se a bebida é falsa.
A Polícia Civil abriu inquéritos em delegacias de São Bernardo e da zona sul da capital para investigar suspeitas de adulteração. Testemunhas estão sendo ouvidas, e exames laboratoriais foram solicitados para confirmar as ocorrências.
A Senacon lembra que comercializar produtos adulterados configura crime, previsto no Código Penal e na Lei das Relações de Consumo. O fornecedor é responsável direto pela segurança dos itens que coloca no mercado.
O Ministério da Justiça afirma que segue monitorando a situação e cobrando colaboração dos setores privados, para evitar que novos casos de intoxicação coloquem em risco a saúde da população.
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