Política
O Brasil não deve adotar o horário de verão neste ano, de acordo com o Ministério de Minas e Energia (MME). Segundo a pasta, o tema é constantemente analisado, mas os estudos atuais indicam que não há necessidade de aplicá-lo, já que o fornecimento de energia está garantido até, pelo menos, fevereiro de 2026.
Essa avaliação leva em conta dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), que apontam que as condições de geração são estáveis. Os reservatórios estão em níveis considerados satisfatórios, evoluindo de forma regular mesmo durante o período de seca, de acordo com o Terra.
A volta do horário de verão foi bastante debatida em 2024. Naquele ano, só em outubro o governo decidiu descartar a medida. Agora, o MME reforça que o Sistema Interligado Nacional (SIN) se encontra em situação mais confortável do que no ano anterior.
Em outras ocasiões, setores econômicos chegaram a se posicionar contra a mudança nos relógios. Mesmo com estimativas do ONS que apontavam economia de cerca de R$ 400 milhões, a proposta não avançou. Na época, o ministro Alexandre Silveira afirmou que só haveria retorno da medida se fosse considerada “indispensável”.
O horário de verão surgiu com o objetivo de aproveitar melhor a luz natural, adiantando os relógios em uma hora. A ideia era reduzir o consumo de energia elétrica, principalmente à noite.
Contudo, com a popularização de aparelhos de ar-condicionado, o consumo passou a crescer durante a tarde, o que reduziu a efetividade da medida. Ainda assim, alguns setores continuam defendendo sua volta.
A Associação Comercial de São Paulo, por exemplo, publicou em 2023 um manifesto favorável, alegando que uma hora extra de luz natural estimula o comércio, incentiva o turismo e aumenta a sensação de segurança nas ruas.
Do outro lado, há setores que enxergam mais prejuízos do que benefícios. A indústria afirma que o horário de verão gera custos extras em áreas indiretas.
O setor aéreo também costuma ser um dos mais impactados, já que a mudança de horário afeta a logística de voos, sobretudo internacionais. Companhias chegaram a pedir que qualquer decisão fosse comunicada com ao menos 180 dias de antecedência, para que ajustes fossem feitos.
Suspenso desde 2019, o horário de verão continua dividindo opiniões no País. Enquanto alguns enxergam ganhos para o consumo e lazer, outros reforçam que seu efeito sobre a economia de energia já não é tão relevante quanto no passado.
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