Polícia
por Isabela Fernandes
Publicado em 30/05/2025, às 09h18
Na tarde de quinta-feira (29), Paulo Cupertino foi interrogado no Fórum da Barra Funda, em São Paulo, durante o julgamento pelo assassinato do ator Rafael Miguel, então com 22 anos, e dos pais dele, João Alcisio Miguel, de 52, e Miriam Selma da Silva, de 50, ocorrido em 2019. Preso preventivamente por triplo homicídio desde 2022, ele diz que não cometeu o crime.
Cupertino chegou algemado ao fórum, acompanhado por policiais, mas as algemas foram retiradas durante o depoimento, que durou cerca de duas horas. Ele respondeu somente às perguntas feitas pelas suas advogadas e se recusou a falar com os promotores.
Durante o interrogatório, ele declarou várias vezes que não tinha motivos para cometer o crime e que nunca planejou o assassinato. Afirmou ainda dormir bem a noite, já que não é culpado.
Segundo o Ministério Público, Paulo Cupertino matou Rafael, que tinha 22 anos, e os pais dele com 13 tiros, porque não aceitava o namoro do ator com sua filha Isabela, que tinha 18 anos na época.
O crime foi registrado por câmeras de segurança, que também mostram a fuga do suspeito. Depois, Cupertino ficou foragido por quase três anos até ser preso em 2022, usando identidade falsa.
No julgamento, sete testemunhas foram ouvidas. A filha de Cupertino, Isabela, foi ouvida sem a presença dos réus. Ela relatou o relacionamento difícil com o pai, mencionando episódios de violência e controle rigido, e que o pai não aceitava o relacionamento com Rafael.
Isabela afirmou que torce pela prisão do pai e descreveu o comportamento dele como violento, afirmando que ele tratava a família de forma cruel.
Vanessa, mãe de Isabela e ex-mulher de Cupertino, confirmou que foi agredida e ameaçada por ele, e que chegou a perder o emprego por causa das marcas das agressões.
Camila Miguel, irmã de Rafael, também prestou depoimento e mencionou a preocupação da família com a rigidez de Cupertino em relação ao namoro de Rafael e Isabela.
Dois outros homens, Wanderley Antunes e Eduardo Machado, são acusados de ajudar Cupertino a fugir após o crime. Ambos negam as acusações e afirmam que não tinham conhecimento prévio do homicídio.
O julgamento está sendo comandado pelo juiz Antonio Carlos Pontes de Souza, e a decisão vai ficar nas mãos de sete jurados. Essa é a segunda vez que Paulo Cupertino é julgado, após o primeiro ter sido cancelado em 2024 porque ele trocou de advogado no meio da sessão.
Atualmente, Paulo Cupertino está preso no Centro de Detenção Provisória de Guarulhos, aguardando a decisão do júri.
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