Polícia

Você não vai acreditar na proporção de presos por agente neste presídio de SP; confira

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Superlotação e falta de agentes são alguns dos desafios que agravam a crise no sistema prisional paulista  |   BNews SP - Divulgação Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil
Isabela Fernandes

por Isabela Fernandes

Publicado em 10/05/2025, às 11h00



A Penitenciária II de Itapetininga, no interior de São Paulo, registra a maior desproporção entre o número de presos e agentes penitenciários no estado

De acordo com dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), revelados pelo Sindicato dos Policiais Penais do Estado de São Paulo (Sindpenal), a unidade possui, em média, quase 26 presos por agente. 

Esse número está muito acima da proporção recomendada pelo Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária (CNPCP), que sugere cinco detentos por funcionário penitenciário.

Outras unidades também enfrentam altos índices de superlotação

Além da Penitenciária de Itapetininga, outras cinco unidades prisionais no estado têm índices alarmantes de presos por agente. Veja quais:

  • Penitenciária I de Avaré: 20,73 presos por agente.
  • Centro de Detenção Provisória (CDP) de Lavínia: 21,01 presos por agente.
  • Penitenciária de Marabá Paulista: 21,02 presos por agente.
  • CDP de Aguaí: 22,85 presos por agente.
  • Penitenciária Masculina de Capela do Alto: 23,90 presos por agente.

Esses números mostra que o sistema penitenciário paulista está longe de atingir o ideal em termos de segurança e controle. A média estadual está em quase 11 detentos por agente, mais que o dobro do recomendado.

Déficit de agentes e sobrecarga do sistema

O Sindpenal alerta para o maior déficit de agentes penitenciários da história em São Paulo. Apesar da crescente população carcerária, a quantidade de servidores não acompanha o aumento do número de presos, o que resulta em uma sobrecarga excessiva para os agentes.

A situação é ainda mais preocupante quando considerada a segurança externa e as escoltas. Para essas atividades, são necessários cerca de 2.300 agentes, mas restam apenas 4.896 servidores para garantir a segurança de 182 unidades prisionais no estado.

Isso significa uma média de apenas seis agentes por turno, o que é insuficiente para cobrir toda a demanda.

Consequências para a segurança e a ressocialização

O sindicato enfatiza que a superlotação e a falta de agentes comprometem tanto a segurança interna das unidades, quanto a segurança pública externa. 

Com poucos agentes para controlar a grande quantidade de presos, o risco de conflitos e rebeliões aumenta. Além disso, a sobrecarga dificulta qualquer possibilidade de ressocialização dos detentos, tornando o sistema prisional ainda mais ineficaz.

O cenário aponta para a necessidade urgente de investimentos em agentes e estrutura, para garantir um sistema mais seguro e eficiente.

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