Polícia
 Desde o início do ano, a cidade de São Paulo tem registrado uma média preocupante de 18 atropelamentos por dia, segundo dados do Infosiga, sistema do Departamento Estadual de Trânsito (Detran-SP).
De janeiro a setembro, foram 4.934 ocorrências envolvendo pedestres, com destaque para as marginais e avenidas movimentadas da zona sul, onde o fluxo intenso de veículos e a travessia arriscada se encontram diariamente.
 
O levantamento mostra que 293 pedestres perderam a vida nas ruas da capital paulista, um aumento de 0,7% em relação ao mesmo período do ano passado. No mesmo intervalo, as mortes de motociclistas chegaram a 361, avanço de 2,3% em comparação com 2024. Os números revelam um cenário que segue exigindo atenção redobrada de motoristas e pedestres.
Entre os casos mais recentes está o acidente ocorrido na noite de 24 de setembro, na Avenida Francisco Morato, zona oeste.
O policial militar Anderson Augusto de Oliveira, de 34 anos, pilotava sua moto quando atropelou o professor e físico Aníbal Fonseca de Figueiredo Neto, de 67. Ambos morreram no local. A avenida, que registrou 11 atropelamentos nos primeiros nove meses do ano, ainda assim não figura entre as vias com mais ocorrências.
O ranking do Infosiga aponta a Marginal Tietê como a campeã de atropelamentos, com ao menos 58 registros em 2025. Apesar de ser considerada uma via expressa, a marginal abriga pontos de ônibus, travessias em alças de acesso e calçadas irregulares, fatores que tornam o trajeto dos pedestres um desafio diário.
É o que relata ao Metrópoles, o professor de educação física Gustavo Paulino Izique, de 35 anos, que atravessa frequentemente a região da Ponte das Bandeiras em direção ao Clube Espéria. “Tem dia que fico até cinco minutos esperando para passar. Ônibus e caminhões respeitam mais, mas carro e moto quase nunca”, conta.
Nas partes mais altas das pontes, as faixas elevadas ajudam a reduzir a velocidade dos veículos e oferecem um pouco mais de segurança. No entanto, nas entradas das alças, a ausência dessas faixas expõe o pedestre a um risco constante, já que uma desaceleração brusca poderia provocar engarrafamentos e novos acidentes.
Os dados mostram que, apesar dos avanços na fiscalização e na sinalização, o trânsito paulistano ainda representa uma ameaça cotidiana para quem se desloca a pé, especialmente nas grandes avenidas que cortam a cidade.
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