Política

Linha 6-Laranja: por que ela é uma das maiores apostas do metrô de SP

O projeto da linha 6 é apontado como um marco de engenharia subterrânea e mobilidade urbana no Brasil. - Divulgação Linha Uni
A rede metroviária da capital paulista, que atualmente possui 104,2 km de extensão e 91 estações, pode triplicar em dez anos.  |   BNews SP - Divulgação O projeto da linha 6 é apontado como um marco de engenharia subterrânea e mobilidade urbana no Brasil. - Divulgação Linha Uni
Camila Lutfi

por Camila Lutfi

Publicado em 25/05/2025, às 11h00



O sistema ferroviário de São Paulo, composto pela união do metrô e a CPTM, é visto internacionalmente como como um dos mais promissores do mundo em países emergentes. A construção da linha 6-Laranja, nesse cenário, é vista como um dos projetos subterrâneos mais complexos da América Latina. 

Atualmente, a rede metroviária da capital paulista é composta por 6 linhas, totalizando 104,2 km de extensão e 91 estações. Ela também é interligada à Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), que possui 196 km de linhas e 57 estações operacionais, atendendo outros 18 municípios na Grande São Paulo.

O projeto da linha 6, em especial, tem sido apontado como um marco de engenharia subterrânea e mobilidade urbana no Brasil, pois sua escavação conta com o maior "tatuzão" - máquina escavadora utilizada na construção de vias subterrâneas - do Hemisfério Sul. 

Esse equipamento de 109 metros de comprimento e 2 mil toneladas consegue perfurar o solo a uma velocidade de até 15 metros por dia, ao mesmo tempo em que instala os anéis de concreto que sustentam os túneis. A rapidez e precisão da máquina colocam o futuro do sistema ferroviário paulista em patamares próximos às linhas de outras cidades mundiais, como Londres e Paris.

Além disso, a obra considera diversas práticas de sustentabilidade, como o reaproveitamento de água nas perfurações e o controle de emissão de partículas em áreas urbanas sensíveis. A estimativa é de redução de mais de 200 mil toneladas de CO² por ano - para efeitos de comparação, seria necessária uma área florestal do tamanho de 33 Estádios Maracanã para neutralizar esse volume de emissões.

Linha 6 terá 15,3 km de via permanente, conectando a Brasilândia, na zona norte da capital, ao centro de São Paulo, com integrações com as linhas 1 e 4 do Metrô, e linhas 7 e 8 da CPTM. Ao todo, serão 15 estações e transporte de passageiros com 22 trens, ou 132 vagões. Até 2035, a expectativa é de que o sistema total de trilhos apenas da capital ultrapasse 300 quilômetros - valor já atingido se considerado as linhas da CPTM -, com mais de 200 estações interligadas.

Relembre o projeto da linha 6-Laranja

O início da operação parcial está previsto para 2026 e conclusão total em 2027, com uma demanda esperada de 633 mil pessoas por dia útil, segundo o Governo de São Paulo. O projeto promete diminuir para 23 minutos um trajeto que atualmente é feito em até duas horas por ônibus nos horários de pico.

A obra de parceria entre o governo do estado de São Paulo e a Concessionária Linha Universidade (CLU), prevê investimento total de R$ 17 bilhões. Vale lembrar que a construção da Linha 6-Laranja conta com financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no valor de R$ 12,3 bilhões. Do total financiado pelo banco, R$ 6,9 bilhões foram contratados com a CLU e R$ 5,4 bilhões com o governo do estado.

As obras começaram em abril de 2015, mas o prazo de entrega da linha sofreu alterações devido ao surgimento de crateras próximas às obras, descoberta de sítios arqueológicos e a troca de concessionária. 

Em 2016, o consórcio previsto para seguir com o projeto, o Move São Paulo, abandonou as obras após dificuldades financeiras decorrentes da Operação Lava Jato. As obras seguiram paradas por quatro anos até a Linha Uni, atual responsável, assumir o projeto.

Atualmente, o ramo norte da linha 6-Laranja é o mais promissor, pois suas escavações já foram finalizadas. A Estação Perdizes está com as obras em estágio mais avançado, com 78,23% concluído, e a mais atrasada é 14 Bis-Saracura, com 14,59% já realizado, segundo a CLU.

Classificação Indicativa: Livre

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