Política
por Camila Lutfi
Publicado em 28/05/2025, às 11h42
Liyián Pérez, cubana que emigrou legalmente para os Estados Unidos, vive um momento delicado como imigrante. Seu marido, Alian Méndez, também cubano, foi deportado sem aviso prévio e não pode mais entrar no país norte-americano por 10 anos.
A mulher relatou à imprensa internacional que votou em Donald Trump, responsável pelas deportações em massa, nas últimas eleições. Acreditava em sua promessa de aplicar um controle migratório eficaz, afirmando pensar que "só criminosos iriam embora".
No entanto, ela viu sua vida tranquila com seu marido e dois filhos ir embora de forma inesperada. Liyián e Alian não possuíam antecedentes criminais nem conflitos com a lei americana.
“Eu não esperava por isso. Achei que só os delinquentes seriam deportados”, declarou em vídeo publicado pela Univisión no TikTok.
Alian Méndez foi detido repentinamente pelas autoridades migratórias, sem poder se despedir da esposa. Ela contou que não recebeu qualquer informação oficial antes da deportação e soube do caso quando ele já havia sido enviado de volta a Cuba, sem conseguir fazer nada para evitar.
Liyián buscou explicações, mas até o momento não recebeu nenhuma resposta formal das autoridades. De acordo com seu relato, o marido não teve chance alguma de se defender.
Em entrevista à imprensa internacional, a mulher latina afirmou que não se arrependia do seu voto antes do ocorrido. Entretanto, a deportação de seu marido mudou sua percepção.
Na última terça-feira (27), o governo do presidente republicano pediu que a Suprema Corte dos EUA intervenha para deportar rapidamente migrantes para países diferentes do seu de origem enquanto esperam por análise da legalidade de viverem nos EUA.
O texto implica que não há provas suficientes que sustentem as alegações de medo em serem perseguidos, torturados ou mortos fora do país de origem.
Além disso, uma reportagem do Wall Street Journal revelou que a campanha de deportação em massa do governo Trump, elevou em 50% os gastos com empresas privadas que atuam no sistema de expulsões.
De acordo com o jornal, a Casa Branca já gastou mais de US$ 13 bilhões (R$ 73,4 bilhões) com contratos de deportação com empresas privadas na última década, com expectativa de aumentarem em meio ao avanço da ofensiva do republicano contra os imigrantes.
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