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Publicado em 13/11/2025, às 13h59 Foto: divulgação/Netflix Ana Caroline Alves
O lançamento da série documental “Caso Eloá: Refém ao Vivo”, da Netflix, reacendeu a polêmica sobre a atuação da imprensa durante o sequestro que chocou o Brasil em 2008.
A produção estreou nesta quarta-feira (12/11) e traz à tona o nome do jornalista Luiz Guerra, apontado por parte do público como um dos responsáveis por agravar a situação que terminou na morte da adolescente Eloá Cristina Pimentel, então com 15 anos.
O caso aconteceu em Santo André (SP) e durou seis dias, com cobertura em massa da mídia nacional. Guerra, que à época trabalhava no programa A Tarde é Sua, da RedeTV!, foi o repórter que intermediou uma conversa ao vivo entre o sequestrador Lindemberg Alves e a apresentadora Sônia Abrão.
O diálogo foi transmitido em rede nacional e se tornou um dos episódios mais controversos da história da televisão brasileira.
No documentário, Luiz Guerra afirma que não se arrepende de sua conduta e alega que todos os veículos de imprensa queriam estabelecer contato com o sequestrador. Segundo ele, o objetivo era compreender o que motivava Lindemberg e tentar, de alguma forma, colaborar para uma solução pacífica.
“Eu fiz o que qualquer repórter faria naquele momento. A intenção era conseguir informações e mostrar que havia disposição para o diálogo”, declarou Guerra.
Segundo o Metrópoles, a apresentadora Sonia Abrão, em entrevistas anteriores, também defendeu a atitude de sua equipe. Em 2014, ela explicou ao portal UOL que a ligação foi feita após o programa descobrir o telefone da casa de Eloá. “Lindemberg atendeu, aceitou conversar e, mais tarde, quis falar ao vivo porque não queria ser visto como bandido”, contou.
No entanto, a decisão de colocar o sequestrador no ar, foi muito criticada por especialistas em segurança pública e comunicação. Para muitos, o contato direto entre jornalistas e criminosos representou uma interferência grave nas negociações da polícia e poderia ter colocado em risco a vida das reféns.
O caso Eloá é considerado um divisor de águas no jornalismo policial brasileiro, marcando o debate sobre os limites éticos da cobertura ao vivo em situações de crise.
A série “Caso Eloá: Refém ao Vivo” já está disponível na Netflix e aprofunda a discussão sobre o papel da mídia em tragédias que mobilizam o país.
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