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Publicado em 01/12/2025, às 17h42 Foto: Divulgação/Fifa Marcela Guimarães
A polêmica sobre o uso do Kennedy Center pela Fifa para o sorteio da Copa do Mundo de 2026 (marcado para a próxima sexta-feira, 5 de novembro) surgiu em Washington e gerou uma investigação do Senado dos Estados Unidos.
O caso envolve críticas à gestão do centro cultural e levanta suspeitas sobre a forma como o acordo foi conduzido.
Segundo o The Athletic, do New York Times, o senador democrata Sheldon Whitehouse enviou uma carta ao presidente do Kennedy Center, Ric Grenell (indicado por Donald Trump), acusando a administração do espaço de “nepotismo, favorecimento e desperdício de recursos”.
Sheldon aponta que o contrato estabelecido com a Fifa teria gerado “milhões de dólares em receitas não arrecadadas”, além de cancelamentos de eventos e uso gratuito das instalações.
Uma cópia do documento obtida pelo Senado indica que a Fifa recebeu acesso à Sala de Concertos e a diversos outros ambientes do centro de graça.
O acordo, assinado em agosto, garante exclusividade entre 24 de novembro e 12 de dezembro para vários espaços, incluindo teatros, galerias e áreas destinadas a eventos.
Ric Grenell rebateu as acusações em carta e publicações no X (antigo Twitter), afirmando que a Fifa “pagou milhões e cobriu todas as despesas”.
A porta-voz do centro, Roma Daravi, disse à Associated Press que a entidade está recebendo uma doação de US$ 2,4 milhões (cerca de R$ 12,8 milhões) e que as “oportunidades de patrocínio” associadas ao evento somariam US$ 7,4 milhões (R$ 39,6 milhões).
Até o momento, enfim, nenhum documento oficial foi apresentado para comprovar esses valores ou esclarecer por que seriam considerados doações em vez de uma taxa formal de aluguel.
A situação chamou a atenção de ex-executivos do Kennedy Center e de especialistas em direito tributário. Eles classificaram o modelo adotado como incomum e questionável, já que não é normal uma instituição sem fins lucrativos substituir o aluguel tradicional por doações ou patrocínios vindos da entidade beneficiada.
A polêmica se intensificou por conta do cenário político. Em fevereiro, a gestão de Donald Trump reformulou a maior parte do conselho do Kennedy Center e assumiu o controle da instituição.
Desde então, a programação artística tem registrado queda na venda de ingressos, enquanto eventos associados a grupos conservadores passaram a ocupar o espaço.
Com isso, o Senado também investiga se houve influência direta de Trump na escolha do local para o sorteio. Antes de fechar com o Kennedy Center, a Fifa negociava com arenas em Las Vegas, mas acabou optando por Washington.
*Com apuração do jornal O Globo
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