Farinha Lima
Publicado em 01/10/2025, às 07h00 Foto: Imagem feita por IA Farinha Lima
O Spaten Fight Night prometia boxe, mas entregou novela mexicana com roteiro de UFC: Wanderlei Silva perdeu para Popó por desclassificação após três cabeçadas e, na sequência, levou um direto no queixo do filho do rival, apagando no meio da confusão generalizada.
Hospital, nariz quebrado, advogado falando em tentativa de homicídio e pedido de desculpas no Fantástico completaram o show.
Popó tentou bancar o pacificador nas redes, Wanderlei se disse vítima covarde, Werdum jurou legítima defesa e Rafael Freitas saiu do ringue direto para deletar as redes sociais. No fim, a luta valeu menos pelos rounds oficiais e mais pelo after fight digno de pay-per-view.
Enquanto Tarcísio ainda ensaia o “vai ou não vai” para 2026, Ratinho Júnior já transformou Congonhas em filial de Curitiba, desembarcando em São Paulo duas vezes por mês para circular entre bancos, empresários e até Nizan Guanaes.
Apresenta-se como gestor liberal de vitrine, com privatizações, ajuste fiscal e a cobiçada nota máxima do Tesouro. Também se vende como político bem embalado, com aprovação acima de 80% e um sobrenome que dispensa apresentação.
Garante que não é obcecado pelo Planalto, mas admite chamar o pai para dividir palanque se a candidatura engrenar; ainda que o veterano confesse temer mais o narcotráfico do que as urnas.
Enquanto isso, Tarcísio de Freitas deixou o figurino de presidenciável guardado no armário e, na segunda (29), bateu ponto em Brasília para visitar Jair Bolsonaro em sua prisão domiciliar; o primeiro encontro desde a condenação do ex-presidente a 27 anos de prisão.
Oficialmente, nada de anistia ou 2026 na pauta, apenas a tal “solidariedade a um amigo”.
Na prática, a visita expõe o fio político que ainda une padrinho e afilhado, enquanto Tarcísio tenta recuperar a imagem de gestor focado em São Paulo após ter irritado ministros do STF e boa parte da opinião pública com acenos exagerados ao bolsonarismo.
O aeroporto de Guarulhos virou palco de um “delivery” nada convencional: funcionários terceirizados e despachantes teriam ajudado uma quadrilha a levar milhões em mercadorias em apenas quatro meses, de bolinhas de pet a remédios de câncer de pulmão, totalizando quase R$ 20 milhões em prejuízo.
A ação, que incluía empilhadeiras conduzidas por insiders da GruAirport, rendeu prisões na Operação Check-In e deixou um rastro de eletrônicos, joias e medicamentos caríssimos desaparecidos.
O aeroporto mais movimentado do país provou que, para alguns, o voo mais lucrativo é o que sai direto dos terminais para o carro do bandido.