Farinha Lima
Publicado em 19/11/2025, às 07h00 Foto: Wikimedia Commons Farinha Lima
Diante da operação da PF, virou assunto a quantidade de caronas que Daniel Vorcaro ofereceu nos últimos meses. O jato Gulfstream GV. do empresário virou ponto de encontro informal para deputados, belas moças, lobistas e juristas que circulavam com frequência em seus trajetos (sempre acompanhados por champanhes e vinhos franceses).
Entre os mais assíduos, um conhecido personagem baiano com ares de imperador, tratado por ele como “guru”, que adorava embarcar no conforto do anfitrião.
A prisão de Daniel Vorcaro desencadeou uma onda gigante no circuito jurídico e de lobby. Sem ele, acabou a boquinha e os milhares de eventos, de congressos pomposos a encontros reservados, onde circulavam juristas de peso e operadores influentes. Em Brasília, o clima também é de apreensão.
Políticos de várias correntes já estão roendo as unhas diante medo real sobre o alcance do caso e o que ainda pode vir à tona. A onda mal começou e ninguém sabe quem será levado pela maré.
A PF acordou cedo para uma operação que investiga um rombo estimado em R$ 12 bilhões envolvendo o Banco Master, cujo dono, Daniel Vorcaro, foi preso junto com um sócio após a descoberta de títulos de crédito falsos circulando como se nada fosse.
Na casa de um dos investigados, os agentes encontraram R$ 1,6 milhão em dinheiro vivo, aquele tipo de decoração que só aparece quando o Coaf bate na porta. A movimentação foi grande: o Banco Central decretou liquidação extrajudicial da instituição e até o presidente do BRB foi alvo de busca e afastado do cargo.
No Senado, o diretor-geral da PF repetiu o mantra de que combater o crime organizado é cortar o fluxo de dinheiro e prender quem manda.
Documentos bancários revelam que um bilionário bastante influente recebeu R$ 7 milhões do Jockey em sua conta pessoal, verba pública originalmente destinada à preservação de imóveis tombados.
O clube afirma que era apenas um reembolso, mas registros mostram o empresário atuando nas duas pontas da operação ao autorizar, como dirigente, a venda de um TDC para uma incorporadora da própria família. Dos R$ 9 milhões pagos pela empresa ao Jockey, R$ 7 milhões voltaram para o empresário poucos dias depois.
A movimentação só veio à tona após o banco ser intimado pela Justiça, expondo um circuito financeiro que correu muito longe da pista oficial.
Parece que nem o inglês britânico com mensalidade de cinco dígitos conseguiu blindar uma tradicional escola de elite paulistana do velho roteiro brasileiro: alunos driblaram a segurança, invadiram a sala de provas, filmaram o material e espalharam o conteúdo, episódio que já rendeu expulsões e pode render outras.
A investigação, com apoio externo e canal anônimo, tenta esclarecer se houve acesso antecipado a avaliações decisivas para disputar vagas em universidades como Harvard e Stanford. Oficialmente, a direção diz que não comenta casos individuais e que está reforçando seus “sistemas robustos”.
Na prática, a instituição ganhou uma prova extra para mostrar que, até no currículo bilíngue, o jeitinho segue firme.
Dois assaltantes entraram em uma joalheria da zona sul de São Paulo fingindo ser clientes, levaram cerca de R$ 100 mil em peças e ainda protagonizaram a cena insólita do dia: um deles analisando a vitrine enquanto tomava um sorvete, como se escolher joias fosse programa de tarde quente.
Depois de distrair a funcionária, anunciaram o assalto e fizeram a limpa, fugindo antes que alguém percebesse que o picolé não era parte do plano de marketing.
A direção da loja aposta nas câmeras de alta resolução e no reconhecimento facial para encontrar a dupla, enquanto a polícia registrou o caso e segue procurando os suspeitos que, por ora, derreteram no mapa mais rápido que o sorvete do comparsa.