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Publicado em 23/06/2025, às 15h54 Foto: Reprodução/Redes sociais Marcela Guimarães
Um carro pequeno, elétrico e de visual familiar chamou a atenção após aparecer rodando em Itajaí (SC). Por mais que lembre muito o Renault Kwid na parte de trás, o compacto tem emblemas e inscrições em mandarim.
O modelo é o Dongfeng EX1 Nano Box, carro planejado em parceria entre a montadora chinesa Dongfeng e a Renault, lançado originalmente na China em 2022.
A presença do Nano Box no país veio de uma iniciativa particular. O empresário Cláudio Coser, dono da empresa de logística Lisa e da Clac Trading & Logística, decidiu importar diretamente da Dongfeng um lote de 20 unidades em 2024.
A meta era testar a aceitação do carro elétrico urbano no Brasil e, se houvesse demanda, trazer um segundo lote com até mil unidades.
Segundo Cláudio, o projeto tinha seu lado bom: cerca de 60% das peças do Nano Box são as mesmas do Renault Kwid elétrico, ou seja, já facilitaria a manutenção e diminuiria os custos para motoristas e frotistas.
Além disso, o carro traz melhorias em relação ao “primo francês”, como nova suspensão, rodas fixadas com quatro parafusos, interior mais refinado e acabamento de nível superior.
O lote teste trouxe duas versões: dez carros com autonomia de 201 km e outros dez com baterias maiores, capazes de rodar até 331 km com uma única carga.
Ambas as versões compartilham o mesmo motor elétrico de 33 kW (aproximadamente 45 cv de potência) e torque de 12,7 kgfm, com aceleração de zero a cinquenta por hora em cerca de cinco segundos. A velocidade máxima é de 100 km/h.
O plano de venda era agressivo, com preços a partir de R$ 85 mil para a versão com menor autonomia e até R$ 95 mil para o modelo de maior alcance. Os valores eram considerados competitivos para um carro elétrico zero-quilômetro no Brasil.
Atualmente, as unidades que sobraram estão homologadas, emplacadas e disponíveis para compra como carros novos ou seminovos. Algumas unidades foram compradas por motoristas de aplicativo, enquanto outros seguem em uso na frota da Lisa, ajudando no transporte entre armazéns.
O projeto acabou frustrando a própria Dongfeng. A montadora chinesa, controlada pelo governo local, mudou de estratégia e recalculou a rota envolvendo o acordo de exportação. Com as novas condições, os planos ficaram comprometidos, levando o empresário a devolver os direitos de representação da marca no Brasil.
Mesmo com o fim do plano de expansão, o Nano Box deixa uma amostra do que poderia ter sido: um carro elétrico urbano, barato, de manutenção simples e pronto para competir com opções bem mais caras do mercado brasileiro.
Se o acordo tivesse seguido como planejado, o país teria hoje o carro elétrico mais barato de todos.
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