Polícia
Publicado em 29/09/2025, às 09h18 Reprodução/ Freepik Gabriela Teodoro Cruz
Os casos de intoxicação por metanol em bebidas adulteradas acenderam um alerta em São Paulo. Em menos de 18 dias, uma pessoa morreu e oito foram internadas em São Paulo, Limeira e Bragança Paulista.
Em entrevista à Globonews, uma das vítimas relatou que perdeu completamente a visão após consumir três caipirinhas em um bar na capital paulista. Ela sofreu convulsões, precisou ser internada na UTI e não recuperou a visão.
O metanol (CH₃OH) é um álcool simples, incolor, inflamável e altamente tóxico. Seu cheiro lembra o da bebida alcoólica comum, o que dificulta a identificação em produtos adulterados.
Também conhecido como “álcool da madeira”, o metanol já foi obtido por destilação de toras, mas hoje é produzido principalmente a partir do gás natural.
Apesar de existir naturalmente em baixíssimas concentrações em frutas e vegetais, quando ingerido em doses elevadas o metanol pode causar cegueira, falência de órgãos e até a morte.
O metanol tem diversas aplicações na indústria, entre elas:
Fabricação de formaldeído, ácido acético, tintas e plásticos;
Presente em anticongelantes, limpa-vidros e solventes;
Já foi utilizado como combustível em corridas, em condições seguras;
No Brasil, é matéria-prima essencial para a produção de biodiesel.
Fora do ambiente controlado e industrial, o metanol não deve ser usado em bebidas ou comercializado para consumo humano.
Pequenas quantidades já são suficientes para intoxicar gravemente. Os sintomas incluem:
Náusea e vômito;
Cólicas e dor abdominal;
Tontura e confusão mental;
Convulsões;
Alterações visuais e cegueira irreversível;
Em casos graves, morte.
Médicos alertam que, no início, os sinais podem ser confundidos com ressaca ou embriaguez, o que atrasa a procura por ajuda. O atendimento médico rápido é essencial para evitar complicações.
O envenenamento por metanol é uma emergência médica e exige atendimento hospitalar imediato. Os principais tratamentos incluem:
Medicações específicas para reduzir os efeitos tóxicos;
Diálise, para eliminar a substância do sangue;
Administração de etanol, em alguns casos, que compete com o metanol no organismo e reduz sua metabolização.
Segundo especialistas, a rapidez no atendimento é decisiva para aumentar as chances de sobrevivência e reduzir sequelas.
A Unicamp reforçou o alerta para o aumento dos casos no estado e destacou a importância de evitar bebidas de procedência duvidosa.
Além do risco à saúde, o metanol também é altamente inflamável e pode provocar explosões em situações de manuseio inadequado.