Polícia
Publicado em 14/08/2025, às 15h36 O parque é um dos principais cartões postais da cidade e conta com segurança pública e privada. - Foto via Wiki Commons Camila Lutfi
Repercutiu nas redes sociais durante os últimos dias as denúncias de pelo menos cinco mulheres que sofreram agressões no Parque Ibirapuera, na zona sul de São Paulo.
Em todos os casos, o crime aconteceu enquanto elas praticavam atividades físicas, passeavam, ou estavam finalizando treinos.
O parque é um dos principais cartões postais da cidade e conta com segurança pública e privada, visto que está sob concessão da Urbia, responsável pelo local desde 2020.
Há quase um mês, no dia 19 de julho, a influenciadora e corredora amadora Noelle Pessoa relatou ter sido agredida física e verbalmente no local. Ela contou a história em seu Instagram.
Segundo a própria, ela realizava uma corrida de 20 quilômetros quando, por volta da metade do percurso, avistou um homem se aproximando no sentido contrário.
Como desviar significaria invadir a pista exclusiva para ciclistas, a corredora seguiu seu caminho. O agressor, segundo ela, esperou até o último momento para colidir de forma proposital, fazendo com que o ombro dele atingisse o maxilar de Noelle.
Após o impacto, ela correu atrás do homem e chegou a empurrá-lo pelas costas. Ele reagiu tentando realizar outra agressão com um tapa no rosto, mas ela conseguiu se esquivar. A briga só acabou com a ajuda de outras pessoas que estavam por perto na hora.
A corredora e artesã, Gleice Koyama, de 41 anos, também relatou sua experiência nas redes sociais, após receber um soco no rosto durante um treino conhecido como Longão dos 15 km.
Em um vídeo na sua conta, ela comenta que esbarrou em outro corredor e percebeu uma forte dor no rosto. Ela correu para o banheiro e percebeu que tinha sido agredida com um soco pelo homem.
O agressor continuou correndo após o incidente. Ao Estadão, ela afirmou que fazem 3 meses que ela não vai mais ao parque, atividade que costumava praticar pelo menos duas vezes na semana.
Outra história que repercutiu nos últimos dias foi a de Mary Alencar Lopes, de 67 anos, que viajou de Recife à São Paulo com sua filha Raquel Alencar, 34, médica, para realizar exames médicos.
Logo antes da consulta, no dia 18 de julho, elas foram passar pelo parque e a idosa foi atingida por um corredor. O homem empurrou Mary com o cotovelo e ela caiu no chão.
Segundo a vítima, o homem era "Muito forte" e corria em sua direção "em alta velocidade". A mulher comparou a situação com uma batida de carro.
Ao Metrópoles, ela reveleou ainda que o agressor chegou a olhar para trás, correndo, e "deu uma risada de deboche”.
Mary rompeu o ligamento inguinofemoral — responsável por dar estabilidade à região da pelve —, quebrou o braço e também teve fissuras na bacia.
Além dessas vítimas, outras mulheres relataram ter sofrido agressões de homens no parque, incluindo "tapaços", empurrões e cotoveladas fortes.
A concessionária Urbia diz, em nota, que “repudia veementemente qualquer forma de agressão e lamenta incidentes envolvendo frequentadoras do local”.
Já a Secretaria Municipal de Segurança Urbana indicou que o patrulhamento foi reforçado nos horários de maior movimento. Por sua vez, a Secretaria da Segurança Pública do Estado afirma que intensificou a atuação no entorno do parque.
A Urbia e a SSP reforçam às vítimas de agressões do tipo a registrarem Boletins de Ocorrência (BOs) para que as medidas cabíveis da esfera criminal sejam tomadas.
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