Polícia
Publicado em 14/05/2025, às 10h18 Foto: Rovena Rosa/ Agência Brasil Isabela Fernandes
Na última terça-feira (13), pelo segundo dia consecutivo, protestos na Favela do Moinho, no centro de São Paulo, causaram a paralisação da Linha 8-Diamante da ViaMobilidade. A circulação foi interrompida no início da tarde e só voltou ao normal às 15h28, segundo a empresa responsável pela operação.
A manifestação foi uma reação à presença da Polícia Militar na comunidade, que acompanha a demolição de casas já desocupadas. Os moradores, contra a ação da prefeitura, colocaram fogo em pneus e pedaços de madeira sobre os trilhos, bloqueando o trajeto dos trens. O Corpo de Bombeiros foi chamado para conter as chamas.
De acordo com a Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), as demolições fazem parte de um plano para retirar construções abandonadas e em risco, com o objetivo de transformar o terreno em um parque. A ação é feita em conjunto com a Subprefeitura da Sé e a Defesa Civil. A Secretaria de Desenvolvimento Urbano informou que seis casas já foram derrubadas.
Desde abril, 168 famílias já deixaram a comunidade e, segundo a CDHU, estão sendo incluídas em programas de moradia e auxílio-aluguel. A polícia acompanha os trabalhos para garantir a segurança dos funcionários que atuam na área.
A Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou, por nota, que um homem foi detido, na terça-feira (13), por atirar objetos contra os agentes e levado ao 2º Distrito Policial, onde o caso foi registrado.
Na última segunda-feira (12), o início das demolições também gerou protestos que paralisaram quatro linhas ferroviárias: 7-Rubi, 8-Diamante, 10-Turquesa e 13-Jade. A circulação foi afetada por mais de uma hora, impactando milhares de passageiros.
O terreno da Favela do Moinho pertence ao governo federal, e a cessão da área para o governo estadual estava em negociação, mas foi interrompida na tarde de ontem após moradores denunciarem que o governo estadual desrespeitou o acordo ao demolir casas que ainda estariam parcialmente ocupadas ou que não deveriam ser derrubadas.
A intenção da gestão do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) é desocupar totalmente a área e transformar em parque, algo que só pode ser feito com a cessão.
O deputado estadual Eduardo Suplicy disse, nas redes sociais, que houve quebra de um acordo entre o governo estadual e os moradores da Favela do Moinho, e criticou a postura da polícia, que segundo ele teria agido com violência. Suplicy também confirmou o que moradores estavam alegando ao dizer que casas ainda ocupadas estariam sendo derrubadas, colocando moradores em risco.
Líder de facção da Bahia é preso em cobertura de luxo em SP; confira detalhes da operação
Favela do Moinho: entenda por que o governo Lula autorizou o desmonte das moradias