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Enquanto Hollywood é dominada por sagas de super-heróis e efeitos visuais grandiosos, Kathryn Bigelow trilhou um caminho próprio — um cinema de guerra e poder que se aproxima mais do jornalismo investigativo do que do entretenimento puro.
Com A Casa de Dinamite, recém-lançado pela Netflix, a diretora conclui uma trilogia iniciada com Guerra ao Terror (2008) e A Hora Mais Escura (2012).
Bigelow explica que o que a move é a curiosidade. “O cinema é uma chance de investigar realidades pouco conhecidas”, disse à Netflix. Para ela, cada filme nasce de uma pergunta que precisa ser respondida, e essa inquietação é o que guia sua narrativa, segundo o Uol.
Em Guerra ao Terror, o ponto de partida foi o desconhecimento sobre a insurgência no Iraque. A diretora quis revelar o cotidiano dos soldados diante de explosivos improvisados — um tema pouco explorado na época.
Já em A Hora Mais Escura, a curiosidade veio da rotina de segurança pós-11 de setembro. “Passamos anos tirando os sapatos em aeroportos. Eu queria entender o que estava por trás disso”, contou.
O mesmo impulso levou à criação de A Casa de Dinamite. Bigelow quis imaginar o que acontece nos instantes que seguem o lançamento de um míssil nuclear em direção aos Estados Unidos.
A ideia se transformou em roteiro ao lado do escritor Noah Oppenheim, resultando em um retrato tenso e claustrofóbico do poder militar americano.
Os três filmes, vistos em conjunto, formam um mosaico do poder dos EUA sob diferentes ângulos: o soldado que executa, a agente que investiga e o comando que decide. Bigelow transforma a guerra em um espelho da política e da moral, evidenciando como medo e controle moldam decisões nacionais.
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