Entretenimento
por Marcela Guimarães
Publicado em 30/09/2025, às 12h15
Emma Heming Willis, de 47 anos, relatou ao “Fantástico” do último domingo (28) como tem sido a vida ao lado do marido, o ator Bruce Willis, desde que ele recebeu o diagnóstico de demência frontotemporal.
“Ouvir o diagnóstico foi devastador”, disse ela, que recentemente lançou o livro “O Rumo Inesperado”, no qual compartilha a experiência de cuidar de alguém com a doença.
Ele, que hoje está com 70 anos, foi diagnosticado em 2023, meses depois de já ter recebido a confirmação de afasia, distúrbio que afeta a linguagem e a comunicação.
A família contou que a busca por respostas levou à identificação da doença neurológica. Na época, em nota, disseram: “Sabemos em nossos corações que, se ele pudesse, gostaria de responder chamando a atenção global para aqueles que também estão lidando com esta doença debilitante e como ela afeta tantos indivíduos e suas famílias”.
Diferente de outras formas de demência, a DFT compromete fortemente o comportamento e a personalidade do paciente, preservando em grande parte as funções cognitivas.
Apesar de rara, representa apenas entre 1,7% e 2% dos casos. Segundo o neurocirurgião Fernando Gomes, chegar a esse diagnóstico é um processo demorado.
A neurologista Elisa de Paula França Resende, da Academia Brasileira de Neurologia, explicou ao Estadão que a doença “é pouco conhecida pelos médicos e facilmente confundida com transtornos psiquiátricos, o que leva a diagnósticos tardios”.
Em alguns casos, os pacientes cometem transgressões e até são presos pelas alterações de comportamento.
De acordo com Felipe Aydar Sandoval, neurologista do Hospital Sírio-Libanês, não é incomum que os primeiros profissionais procurados sejam psiquiatras, justamente pela semelhança dos sintomas com transtornos como esquizofrenia ou bipolaridade.
Pesquisas também apontam falhas na interpretação de exames. Um estudo da Universidade de Queensland (Austrália) mostrou que 70% dos pacientes avaliados com suspeita de DFT não tinham a doença.
Por mais que não exista uma causa única, especialistas apontam relação hereditária. Quem possui familiares com DFT tem mais chances de desenvolver a doença.
Outro fator identificado é o acúmulo anormal de proteínas no cérebro, que intoxica os neurônios e leva à sua morte.
Além disso, exames anatômicos mostram que o cérebro do paciente pode apresentar encolhimento em determinadas áreas, além de redução no peso e volume.
Não há cura para a demência frontotemporal. O foco está em manter qualidade de vida e tratar condições associadas, como a depressão.
O acompanhamento multidisciplinar envolve reabilitação cognitiva, atividades físicas, treinos de linguagem e apoio à família, que precisa estar preparada para lidar com as mudanças de comportamento.
“Se a pessoa apresenta comportamento agressivo, não está medicada e não existe orientação, podem ocorrer situações desagradáveis”, alertou o neurocirurgião.
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