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Caso Eloá: veja a entrevista polêmica de Sônia Abrão com Lindemberg durante o sequestro

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Conversa ao vivo entre apresentadora, agressor e vítimas virou um dos momentos mais controversos da TV brasileira sobre abordagem da imprensa  |   BNews SP - Divulgação Foto: divulgação/Netflix
Ana Caroline Alves

por Ana Caroline Alves

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Publicado em 14/11/2025, às 13h21



O caso Eloá Pimentel, que completou um dos capítulos mais trágicos do Brasil, também ficou marcado pela participação da apresentadora Sônia Abrão. 

Durante o sequestro ocorrido em outubro de 2008, quando Eloá, de 15 anos, e sua amiga Nayara Rodrigues foram mantidas reféns por Lindemberg Alves, então com 22 anos, o programa A Tarde é Sua, da RedeTV!, realizou uma entrevista ao vivo com o sequestrador e com as vítimas.

A ligação ocorreu enquanto a Polícia Militar ainda tentava negociar a rendição do agressor, o que imediatamente levantou críticas de autoridades e especialistas em segurança.

Na ocasião, a atitude da apresentadora foi apontada como potencialmente perigosa para a operação policial, uma vez que o contato externo com o sequestrador poderia influenciar seu comportamento e desestabilizar as negociações. 

O Ministério Público chegou a avaliar a possibilidade de responsabilizar a emissora, alegando que a decisão de colocar Lindemberg no ar poderia ter contribuído para aumentar o risco à integridade das adolescentes. O episódio se tornou uma referência negativa no debate sobre limites éticos do jornalismo ao vivo, segundo informaçções do Metrópoles.

Repercussão e consequências

O desfecho do sequestro foi devastador: após mais de cem horas de cárcere privado, a polícia invadiu o apartamento. Eloá foi baleada na cabeça e não resistiu aos ferimentos, morrendo no hospital. 

Nayara também foi atingida por um tiro no rosto mas sobreviveu. A ação e sua cobertura midiática geraram questionamentos que permanecem até hoje sobre o papel da imprensa em situações de extremo risco, especialmente quando podem interferir em decisões policiais.

Mesmo anos depois, a entrevista continua sendo revisitada em documentários, reportagens e debates públicos, simbolizando os perigos da espetacularização de tragédias. 

O caso também reforçou discussões sobre protocolos de comunicação entre mídia e forças de segurança, além de abrir debates sobre a responsabilidade ética de veículos televisivos ao lidarem com casos de violência doméstica, feminicídio e crimes de repercussão nacional.

Para muitos especialistas, o episódio é um marco que redefiniu limites e abriu caminho para uma reflexão sobre o impacto de transmissões ao vivo em situações de crise. Ainda hoje, a entrevista de Sônia Abrão com Lindemberg permanece como um dos momentos mais controversos da história da TV brasileira, segundo o Metrópoles.

Relembre a entrevista

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