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por Marcela Guimarães
Publicado em 30/09/2025, às 15h30
Você provavelmente não sabia, mas uma das utilidades mais curiosas da inteligência artificial (IA) é a automação do cancelamento de assinaturas digitais.
A tecnologia não envolve superinteligência, mas mostra um bom avanço dos chamados “agentes de IA”, softwares que conseguem executar tarefas práticas na internet em nome do usuário.
No caso do ChatGPT, o recurso pode ser encontrado no modo “agente”, incluso na versão paga do serviço, que custa US$ 20 (cerca de R$ 106 na cotação atual) por mês.
O sistema funciona como um navegador controlado por inteligência artificial. Nele, o usuário pode acompanhar cada clique e interromper a ação a qualquer momento.
Em alguns casos, o processo leva apenas alguns minutos. Em outros, pode demorar mais de cinco, com a IA insistindo em diferentes caminhos até achar a opção de cancelamento.
A experiência, como o esperado, não é totalmente perfeita. Serviços como Amazon Prime e Google One bloquearam o acesso do agente, mostrando mensagens de erro.
Já o Uber One exigiu um caminho confuso. A assinatura não pôde ser encerrada pelo site principal da Uber, apenas pela página do Uber Eats, o que confundiu até mesmo a IA.
O usuário também pode passar por desafios relacionados à segurança. Como o agente se apresenta como uma extensão da OpenAI e não como o navegador do usuário, algumas empresas bloqueiam o acesso.
Além disso, existe um certo receio em dar autonomia a softwares que lidam com serviços pagos, principalmente quando envolvem dados importantes (como senhas e cartões de crédito).
Outro ponto é a disputa de mercado. Google e Amazon, que também desenvolvem suas próprias inteligências artificiais, podem não estar dispostas a permitir que a IA concorrente opere livremente em suas criações.
Para utilizar o recurso, é preciso fornecer login e senha aos agentes, o que exige atenção extra com a privacidade.
O recomendado é usar senhas únicas e temporárias, além de desativar qualquer permissão de armazenamento dos dados de navegação nas configurações do ChatGPT. Outra ideia é apagar as conversas após o uso.
Especialistas ainda alertam para não usar os agentes em tarefas de “alto risco”. A OpenAI proíbe o uso do recurso em processos relacionados a emprego, moradia, negociações financeiras ou qualquer decisão parecida.
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