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por Camila Lutfi
Publicado em 10/06/2025, às 20h53
O coração partido, utilizado como metáfora para a tristeza após o fim de um relacionamento, pode ser uma doença fatal. Clinicamente chamada de cardiomiopatia de Takotsubo, a “síndrome do coração partido” se assemelha a um infarto e pode ser mais arriscado em homens.
É o que indica um estudo realizado por pesquisadores da Universidade do Arizona, nos Estados Unidos, e publicado no Journal of the American Heart Association. A análise foi realizada com cerca de 200 mil pessoas entre 2016 e 2020.
No estudo, o cardiologista M. Reza Movahed conta que os pesquisadores ficram surpresos ao descobrir que a taxa de mortalidade por cardiomiopatia de Takotsubo foi relativamente alta e que a taxa de complicações hospitalares também foi elevada.
Além disso, apesar da doença ser mais comum em mulheres, foi observado que homens são duas vezes mais prováveis de morrer pelo "coração partido", com 11,2% do gênero falecendo ao pegar a doença. Enquanto isso, a taxa de mortalidade nas mulheres é de 5,5%.
A síndrome de Takotsubo pode se manifestar com sintomas semelhantes aos de um infarto, como dor no peito, falta de ar e tonturas. Além disso, o cansaço excessivo, perda de apetite ou dor no estômago, raiva, tristeza profunda ou depressão, e dificuldade para dormir também podem estar presentes nos sintomas.
Essa síndrome cardíaca é provocada por um pico súbito de hormônios do estresse, como a adrenalina, que impede o coração de se contrair adequadamente. Os gatilhos podem ser emocionais ou físicos.
Para os homens, o estudo observa que a maioria das mortes de coração partido foram engatilhadas fisicamente. No entanto, os pesquisadores se preocupam com o gatilho emocional, visto que homens, geralmente, possuem falta de apoio emocional, o que dificulta a recuperação.
Nas mulheres, a síndrome é mais comum após a menopausa, que pode estar relacionada à queda dos níveis de estrogênio, que contribuem na proteção cardiovascular.
Os especialistas ressaltam a importância de um diagnóstico correto, visto a semelhança com os sintomas de um infarto. Apesar de ser uma condição rara, o estudo frisa ser essencial que a comunidade médica saiba diagnosticar a doença do coração partido.
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