Entretenimento
por Marcela Guimarães
Publicado em 18/08/2025, às 19h13
Quando estreou em 2004, “The Biggest Loser” não era somente um reality show, mas um dos programas mais assistidos do mundo.
Num país em que mais de 40% da população adulta é obesa, o concurso estadunidense prometia “mudar vidas” com um formato inédito.
Nele, concorrentes obesos competiam para perder o máximo possível de peso. A recompensa era um prêmio de aproximadamente 250 mil dólares.
O drama e as transformações dos participantes rapidamente transformaram o programa em um fenômeno nos Estados Unidos.
Exibido durante 17 temporadas na emissora NBC até 2016 e com uma breve passagem pelo USA Network em 2020, o reality agora é revisitado no documentário “Magreza na TV: A Verdade de The Biggest Loser”, disponível na plataforma de streaming Netflix desde a última sexta-feira (15).
Com três episódios, o lançamento reúne relatos de antigos concorrentes, treinadores, produtores e especialistas de saúde.
Entre os entrevistados estão David Broome e JD Roth, co-criadores e produtores executivos do programa; Danny Cahill, vencedor da oitava temporada; Suzanne Mendonca, concorrente da segunda; Alison Sweeney, apresentadora entre a quarta e a 16ª temporada; e Bob Harper, o treinador mais conhecido da série.
A escritora e ativista Aubrey Gordon, autora de “You Just Need to Lose Weight: And 19 Other Myths About Fat People”, também participa.
O documentário mostra entrevistas atuais com imagens de arquivo e momentos marcantes do programa, revelando o lado menos visto do reality, que contava com treinos diários de cinco a oito horas, dietas de apenas 800 calorias e relatos de problemas sérios de saúde.
Danny Cahill comentou que, por mais que orientações médicas recomendassem 1.200 a 2.000 calorias diárias, os concorrentes seguiam apenas o que os treinadores diziam.
O personal trainer Bob Harper admitiu que nunca havia trabalhado com pessoas obesas antes. “Trabalhei, sim, com pessoas muito fit que queriam ser um ‘tamanho zero’ ou ter barrigas definidas. [A experiência] fez com que eu me chocasse com a realidade”.
Apesar de não ter formação na área, Bob assumia também o papel de “terapeuta”, além de liderar treinos intensos.
“Nossa tarefa era fazer um programa de entretenimento. O que é mais importante para a perda de peso? Todos sabemos que é a dieta, mas isso não era o suficiente”, garantiu ele.
Nem todos criticam o programa. David Broome defende que ele transformou vidas; por outro lado, a ex-concorrente Joelle Gwynn não deixou de apontar os impactos negativos: “As pessoas adoram fazer pouco caso dos obesos”.
O sucesso do formato levou a adaptações em diversos países, incluindo Portugal. Em 2011, a SIC lançou “Peso Pesado”, apresentado por Júlia Pinheiro, com duas temporadas no mesmo ano e uma versão para adolescentes em 2015.
Assim como no original, os participantes recebiam acompanhamento de treinadores, nutricionistas e outros especialistas, vivendo juntos em uma casa enquanto competiam para perder peso.
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