Entretenimento
por Marcela Guimarães
Publicado em 22/05/2025, às 11h11
A busca por acolhimento emocional, sexualidade e autoconhecimento tem influenciado homens homossexuais: eles estão investindo entre R$ 2.500 a R$ 20.000 no curso “Body&Heart” (corpo e coração, em português).
A proposta é promover uma “reconexão com a própria vulnerabilidade” através de terapias corporais voltadas ao toque, à liberação emocional e ao enfrentamento de traumas.
As experiências acontecem em dois espaços principais: uma casa de 600 m² localizada no bairro Sumarezinho, na zona oeste de São Paulo, e um espaço maior em Ilhabela, no litoral norte paulista, onde a proximidade com a natureza contribui para um clima leve e diferente.
O grande responsável pelas atividades é Daniel Bittar, de 35 anos, que se define como “facilitador de retiro”. Ex-produtor de cinema, ele se dedica desde 2019 ao trabalho com homens que enfrentam questões como repressão sexual e compulsão por pornografia.
A chegada ao retiro começa com um ritual de defumação liderado por ele e um assistente. Em seguida, os homens recebem um convite para tirar a roupa, mas não são obrigados.
Ao ficarem parcialmente ou totalmente nus, iniciam o processo de desconstrução de barreiras emocionais.
Durante o curso, Bittar enxerga uma nova visão sobre a energia sexual, defendendo que ela não precisa ser “expressa apenas no sexo”. “Essa energia pode ser usada para melhorar relacionamentos, o trabalho, os objetivos de vida”, explica. A terapia em questão é baseada no neotantra, que valoriza o toque do corpo.
As dinâmicas, inclusive, trazem sessões de toque entre os participantes. Algumas são acompanhadas de fortes reações: uns choram, outros gritam.
Bittar afirma que esses momentos são importantes, especialmente porque homens, principalmente gays, passam pela dificuldade de estabelecer conexões com pessoas sem passar pelo sexo.
Também por esse motivo, ereções e excitação são vistas com naturalidade dentro do retiro, embora não tenha como foco o sexo em si.
Relações também podem acontecer entre os participantes, mas não fazem parte da proposta. Bittar ainda diz que uma única participação não costuma ser suficiente para trazer mudanças ao participante.
O respeito a si mesmo é uma regra básica do curso: ninguém é obrigado a fazer nada que ultrapasse os próprios limites.
Classificação Indicativa: Livre