Entretenimento
por Marcela Guimarães
Publicado em 07/05/2025, às 15h29
Em novembro de 2020, uma onda gigante apareceu repentinamente na costa de Ucluelet, na Ilha de Vancouver, no Canadá. O fenômeno foi registrado por uma boia de pesquisa do instituto MarineLabs: a massa de água atingiu impressionantes 17,6 metros de altura, ou seja, o equivalente a um prédio de quatro andares.
Depois de dois anos, pesquisadores confirmaram que essa foi a onda gigante mais extrema já registrada em termos proporcionais; isso porque ela chegou a ser quase três vezes maior do que as ondas próximas, superando com folga o critério mínimo de onda gigante, termo definido como o dobro da altura média.
“Proporcionalmente, a onda Ucluelet é provavelmente a onda gigante mais extrema já registrada”, explicou o físico Johannes Gemmrich, da Universidade de Victoria.
Casos como esse são bastante raros e poucas situações parecidas foram observadas no oceano até hoje com um detalhe: nenhuma foi vista com uma magnitude relativa tão alta.
Por séculos, as ondas gigantes eram vistas como contos bobos de marinheiros, tal qual as histórias sobre muralhas de água que engoliam navios inteiros, mas sem nenhuma comprovação científica. Esses relatos eram parcialmente ignorados, já que não pareciam ser fatos reais.
Essas falsas crenças começaram a mudar em 1995: a plataforma petrolífera Draupner, situada a cerca de 160 km da costa da Noruega, foi atingida por uma onda de quase 26 metros de altura.
O episódio ficou conhecido como “onda de Draupner” e foi o primeiro registro científico de uma onda gigante, marcando um ponto de virada nos estudos oceanográficos. Desde então, várias ocorrências semelhantes foram documentadas — até mesmo em lagos.
Apesar de não ter sido a mais alta, a onda registrada perto de Ucluelet, no Canadá, teve um tamanho impossível de comparar às demais ao redor, fazendo com que se tornasse a mais extrema proporcionalmente.
Essas ondas podem representar uma ameaça concreta para embarcações, plataformas de petróleo, parques eólicos no mar e até para áreas costeiras no caso de se aproximarem do litoral.
Esse fator também pode incentivar o aumento na ocorrência dessas ondas gigantes. Um estudo publicado em 2020 apontou que a altura das ondas no Pacífico Norte tende a crescer, o que pode tornar episódios como o registrado em Ucluelet mais frequentes do que se pode imaginar.
Pesquisas mais atuais ainda revelam que, hoje em dia, uma onda gigante pode atingir alturas até quatro vezes maiores do que o previsto pelos modelos climáticos atuais.
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