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A Nissan atravessa um dos momentos mais complicados de sua história recente. A montadora japonesa enfrenta sérias dificuldades financeiras e tenta uma reestruturação global.
Para isso, mudou a liderança, anunciou o fechamento de sete fábricas e busca reposicionar sua estratégia. Entre as unidades encerradas está a Ciudad Industrial del Valle de Cuernavaca (CIVAC), no México, primeira planta da marca fora do Japão.
O cenário ficou ainda mais preocupante com os resultados de vendas. De acordo com levantamento da consultoria MarketLines, divulgado pelo portal Nikkei Asia, a Nissan não aparece entre as dez maiores montadoras do mundo em volume de vendas no primeiro semestre de 2025. É a primeira vez em 16 anos que isso acontece.
Segundo o Terra, entre janeiro e junho, a Nissan vendeu 1,61 milhão de veículos, ficando atrás da conterrânea Suzuki, que alcançou 1,63 milhão de unidades. A diferença de apenas 20 mil carros foi suficiente para tirar a marca do ranking das dez mais vendidas globalmente.
No Japão, a situação também não é animadora: foram 220 mil veículos vendidos no período, pior resultado desde 2003, com retração de 10%. No cenário global, a queda foi de 6% no semestre.
A China, maior mercado da montadora, teve queda de 18%, somando 270 mil unidades vendidas. Para efeito de comparação, em 2018, auge da marca no país, foram 720 mil emplacamentos.
Nos Estados Unidos, a performance também foi fraca, o que levou a empresa a lançar a nova geração do Leaf, agora em formato crossover, com preço inicial competitivo de US$ 29.990.
No Brasil, a queda também foi registrada. Segundo a Fenabrave, a Nissan vendeu 34.996 carros no primeiro semestre de 2025, contra 42.023 no mesmo período de 2024. Assim, a marca foi ultrapassada por BYD e Honda, caindo para a 10ª posição no mercado nacional.
Apesar disso, há sinais positivos no País. A fábrica de Resende (RJ) atingiu a marca de 700 mil veículos produzidos recentemente. Além disso, a nova geração do Kicks foi lançada com boa receptividade, e um novo SUV de entrada, baseado no Kicks Play, já está em desenvolvimento para 2026.
A Nissan aposta em renovação de portfólio para retomar espaço. A nova Frontier híbrida plug-in, prevista para 2026, é uma das principais promessas. A estratégia mostra que a montadora pretende equilibrar eletrificação e preço acessível para se manter competitiva.
O grande desafio será reconquistar mercados-chave como China e Estados Unidos, além de recuperar a confiança dos consumidores. O futuro próximo da marca depende diretamente da força de seus próximos lançamentos.
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