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Dois fatores aumentam em 83% o risco de morte após os 50 anos; veja quais são

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Estudo com mais de 5 mil pessoas mostra que gordura abdominal associada à perda de massa muscular aumenta a mortalidade após os 50  |   BNews SP - Divulgação Foto: Freepik
Nathalia Quiereguini

por Nathalia Quiereguini

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Publicado em 15/12/2025, às 15h44



Um estudo conduzido por pesquisadores da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), em parceria com a University College London, identificou dois fatores que, quando associados, elevam em 83% o risco de morte após os 50 anos: o acúmulo de gordura abdominal e a perda de massa muscular.

A pesquisa acompanhou 5.440 participantes ao longo de 12 anos e teve seus resultados publicados na revista Aging Clinical and Experimental Research.

Os dados analisados, segundo matéria do O Globo, fazem parte do English Longitudinal Study of Ageing (ELSA), um dos principais estudos de acompanhamento do envelhecimento populacional no Reino Unido.

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Combinação define a obesidade sarcopênica

Segundo os pesquisadores, a coexistência desses dois fatores caracteriza a chamada obesidade sarcopênica, condição marcada pela perda progressiva de músculos ao mesmo tempo em que ocorre o aumento de gordura corporal.

Essa combinação potencializa os efeitos negativos de cada um dos problemas de forma isolada.

De acordo com a pesquisadora Valdete Regina Guandalini, primeira autora do estudo, ao O Globo, a gordura abdominal intensifica processos inflamatórios no organismo, desencadeando alterações metabólicas que aceleram a perda muscular.

Além disso, a gordura pode infiltrar-se no tecido muscular, comprometendo funções metabólicas, endócrinas, imunológicas e funcionais.

Massa muscular exerce papel protetor

A análise dos dados mostrou diferenças relevantes entre os grupos avaliados. Pessoas com baixa massa muscular, mas sem obesidade abdominal, apresentaram uma redução de 40% no risco de morte.

Já indivíduos com obesidade abdominal, mas com massa muscular preservada, não foram associados a aumento significativo do risco.

O resultado reforça a importância da musculatura na proteção da saúde ao longo do envelhecimento, especialmente diante do ganho de gordura corporal.

Diagnóstico com métodos mais acessíveis

Um dos desafios em relação à obesidade sarcopênica é a falta de consenso sobre critérios diagnósticos, que geralmente dependem de exames complexos e de alto custo. Por isso, o estudo também testou medidas mais simples para identificação do quadro.

A obesidade abdominal foi definida por circunferência da cintura superior a 102 centímetros em homens e 88 centímetros em mulheres.

A baixa massa muscular foi estimada por um índice específico, com valores abaixo de 9,36 kg/m² para homens e 6,73 kg/m² para mulheres.

A estratégia se mostrou eficaz para triagem e pode ampliar o acesso a intervenções precoces, como acompanhamento nutricional e exercícios físicos, com impacto direto na qualidade de vida da população idosa.

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